Colegas dizem que ele está chateado por não ter sido ouvido no processo decisório do PSDB
Luciana Lima e Marcel Frota
Depois da reunião de segunda-feira que consolidou o nome do senador mineiro Aécio Neves como o próximo dirigente do PSDB, muitos tucanos já veem o ex-governador de São Paulo, José Serra , com o pé fora do partido. Nos bastidores há um consenso de que o partido teve que tomar uma decisão de apoiar Aécio e não esperar por uma postura do ex-governador. Alguns tucanos chegaram a ligar para Serra, que se encontra em viagem aos Estados Unidos e não participou do encontro, para demovê-lo da ideia de deixar a legenda. Nesse esforço voltaram a oferecer a ele a presidência do Instituto Teotônio Vilela, órgão responsável por formular políticas do partido, como forma de garantir um espaço significativo dentro do PSDB. Em termos eleitorais, os tucanos acham viável que Serra seja o candidato do partido a uma vaga no Senado. Os principais aliados de Serra engrossaram o discurso em favor de Aécio. Nomes como Alberto Goldman, Walter Feldman, Vaz de Lima, Andrea Matarazzo e Floriano Pesaro participaram do encontro. Até a convenção nacional do partido, marcada para o dia 19 de maio, pelo menos mais duas reuniões serão feitas em São Paulo para firmar o apoio ao mineiro.
Pessoas mais próximas ao ex-governador disseram que ele está chateado por não ter sido ouvido no processo decisório sobre a escolha do presidente do PSDB e sobre o rumo do partido nas eleições de 2014. Serra também não teria ficado satisfeito com a abordagem de Aécio no encontro que teve com o mineiro na semana passada. Para alguns serristas a antecipação do processo eleitoral colocou Serra em posição de xeque, na medida em que, informalmente, candidaturas como a da presidenta Dilma Rousseff e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos já se desenham no cenário político. Para tucanos, o tempo de maturação de Serra entrou em rota de colisão com o tempo do PSDB. Enquanto Serra não demonstra sua decisão, o PPS assumiu a postura de esperar. No entanto já avisou que o partido está de portas abertas para recebê-lo. “Não dá para a gente querer um namoro se a pessoa ainda se encontra casada. Já houve conversas, mas, por enquanto, estão suspensas”, disse o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Fonte: Brasil Econômico
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