Estratégia do tucano é ficar mais conhecido no país e convencer nova classe média de que o PSBD está a seu lado
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA - Com os olhos voltados para as classes C e D, o senador Aécio Neves (MG) começa a estrelar esta semana a propaganda partidária nacional do PSDB. O primeiro objetivo do novo presidente do partido e pré-candidato à Presidência da República é tornar-se mais conhecido do público nacional. Pesquisas recentes mostram que cerca de 40% do eleitorado não conhecem o mineiro, situação que se agrava nas classes mais pobres e no interior do país.
A estratégia foi dividida em duas partes. Nesta semana, a partir de amanhã, Aécio começa a aparecer em pequenos comerciais de 30 segundos, conversando com pessoas comuns sobre economia doméstica. Ou seja, tratará de temas como inflação, impostos e endividamento das famílias, mas sob a perspectiva da chamada nova classe média e das famílias que ainda lutam para chegar a ela. O foco dos tucanos é minimizar duas fragilidades do PSDB: as percepções públicas de que o partido não dialoga com o povo e de que suas políticas não tratam do dia a dia da população.
A segunda parte da estratégia de comunicação aparecerá no programa partidário do dia 30. Durante dez minutos, Aécio fará uma viagem por várias cidades de Minas Gerais, mais uma vez conversando com a população e mostrando como o governo mineiro, que ele ocupou entre 2003 e 2010, ajudou a resolver problemas. A ideia é usar políticas locais como exemplos do que pode ser levado para o resto do país. Aécio só não será a única estrela tucana em São Paulo, onde o governador Geraldo Alckmin também aparecerá na propaganda. Procurado, Aécio confirmou a estratégia:
- Vamos mostrar o que o PSDB é de fato, desmistificando essa impressão de que o partido seja de elite. A partir da experiência de Minas Gerais, conseguiremos mostrar de verdade como cuidamos das pessoas.
O PSDB testou os programas com 48 grupos de entrevistados de 12 estados, sempre membros das classes B, C e D. Além de ouvi-los sobre os novos filmes, os publicitários do tucano ouviram também sua opinião sobre as recentes propagandas do PT, que exaltaram a presidente Dilma Rousseff, e do PSB, focadas no governador pernambucano Eduardo Campos.
O fato de o grupo de entrevistados não envolver a classe A deve-se aos resultados das pesquisas feitas pelo PSDB. Nelas, o candidato tucano já tem hoje intenções de voto próximas à da presidente Dilma Rousseff e, como demonstram as duas últimas eleições nacionais, este eleitorado tradicionalmente apoia os candidatos tucanos. Já a classe E é vista como a mais difícil de ser conquistada, inclusive em função da grande dependência das políticas do governo federal. Entre os mais pobres, a intenção de votos em Dilma beira os 65%.
Fonte: O Globo
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