Duelo de titãs
Na confraternização de fim de ano com jornalistas, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, dizia que o Poder Legislativo fará “quantas PECs forem necessárias para evitar que o Supremo Tribunal Federal (STF) legisle sobre as doações de campanhas eleitorais”. Os peemedebistas planejam várias Propostas de Emendas Constitucionais, que vão além das doações de campanha. Querem inclusive influir na rotina do STF, como estabelecer uma “ordem cronológica de processos em julgamentos de ações e mandatos com idêntica situação processual”, dando preferência aos mais antigos.
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O que leva à reação dos parlamentares é a manifestação de alguns ministros de que a não-doação de empresas seria cláusula pétrea, portanto, de aplicabilidade imediata, caso o STF decida nessa direção. Os partidos não querem o fim desse financiamento. A avaliação geral é a de que, sem o financiamento privado, só o PT terá recursos, porque tem a máquina do governo federal em mãos, controla grande parte dos sindicatos e maior poder de mobilização. Os demais ficariam a ver navios. Essa briga entre STF e Congresso será o tema de estreia do ano eleitoral.
No forno
Em meio às Propostas de Emenda Constitucional em gestação na guerra entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, vem uma para reduzir a idade dos ministros. Em vez da aposentadoria aos 70 anos, a ideia é reduzir para 60 anos. Essa vem quase que sob encomenda para aposentar Joaquim Barbosa, hoje com 59 anos.
Madrugada dos ponteiros
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva ficaram reunidos a portas fechadas até 2h da matina de quinta-feira em Salvador. Na solenidade de ontem, para filiação de Eliana Calmon ao PSB baiano, a ambientalista só se referia ele como “meu presidente”.
Fome &vontade
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) começou a conversar com o colega Armando Monteiro Neto, do PTB, sobre uma dobradinha no estado. Os dois se aproximaram depois que se sentiram meio largados. O PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, primeira opção de Jarbas, não deixa claro se dará ao peemedebista a vaga de senador na chapa. Da mesma forma, o PT estadual não diz nem sim, nem não, à candidatura de Armando ao governo do estado e tende a lançar candidato próprio.
Data marcada
Uma das primeiras mudanças na equipe de Dilma Rousseff em 2014 será a da Casa Civil. Como Gleisi Hoffman tem mandato de senadora, ela deixa o cargo assim que o Congresso reabrir, no início de fevereiro. Por isso, passará o mês de janeiro entregando a cobrança dos projetos governamentais ao sucessor, hoje entre o “motoqueiro” secretário-geral da previdência, Carlos Gabas, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchor. As apostas, entretanto, pesam mais hoje sobre Miriam, por causa da preferência de Dilma em trabalhar diretamente com as mulheres.
Gestos I/ Desde que transmitiu o governo a Roberto Requião, em março de 1991, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) não pisava no Palácio do Iguaçu. Ao todo, foram 8.310 dias. Ontem, quebrou a contagem para receber a comenda ordem do Pinheiro, conferida pelo governador Beto Richa, seu colega de partido. Foi a maior prova de que o PSDB no Paraná está pacificado.
Gestos II/ Outros que receberam a comenda foram o arcebispo de São Paulo, Dom Odílo Scherer, e o ex-governador paulista José Serra. Calma pessoal: Aécio Neves recebeu a comenda no primeiro do mandato de Beto Richa.
Férias coletivas/ No que depender do Congresso Nacional, o ano acabou na última quarta-feira, quando a maioria das excelências correu para o aeroporto a fim de escapar da greve dos aeroviários marcada para amanhã. Agora não tem mais greve e nem parlamentar em Brasília.
Sinceridade demais/ Pré-candidata ao senado pela Bahia, Eliana Calmon (foto) disse, em seu primeiro discurso, não conhecer seu estado natal, mas prometeu visitar cada recanto. Os marqueteiros não gostaram. Quem está atento às ruas retrucou que ficou bom. Afinal, se ela chegar com o discurso do político tradicional, se lasca.
Fonte: Correio Braziliense
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