Por Sérgio Ruck Bueno
PORTO ALEGRE - O governador gaúcho, Tarso Genro (PT), condicionou sua candidatura à reeleição em 2014 à aprovação do projeto de lei que muda o indexador da dívida dos Estados com a União e à presença exclusiva da presidente Dilma Rousseff em seu palanque no Rio Grande do Sul durante a campanha. Sem essas duas condições, ele disse que o partido irá para a disputa com outro candidato.
"Minha candidatura está balizada por alguns elementos políticos importantes", afirmou o governador em almoço ontem com jornalistas para apresentar o balanço do terceiro ano de governo. O recado foi dado na véspera da inauguração, com a participação da presidente da República, da rodovia BR 448 que liga Porto Alegre à região metropolitana.
"Se o projeto de lei complementar (PLC) da dívida não for aprovado antes das eleições seguramente não serei eu o candidato", afirmou Genro. A proposta, que substitui a correção dos débitos de IGP-DI mais 6% (no caso do Rio Grande do Sul) a 9% ao ano pelo IPCA mais 4% ou taxa Selic, o que for menor, está pronta para ser votada no Senado no início do ano que vem. O Estado deve R$ 41 bilhões para a União.
Conforme Genro, sem a mudança do indexador, o próximo governador do Estado só terá condições de "manter os projetos em andamento e pagar salários". Nestas condições ele não concorrerá porque não está disposto apenas a "ocupar cargo". "Sou um militante político, tenho vontades programáticas de fazer o Estado crescer e se este PLC não for aprovado não isto vai ocorrer".
Quanto à exclusividade da presença de Dilma no palanque do PT no Estado, independente do lançamento de candidaturas de outros partidos que apoiam o governo federal, como o PDT, o PMDB e o PP, Genro reforçou a reivindicação que já havia sido feita pelo novo presidente estadual do partido, Ary Vanazzi, eleito em novembro.
"Eu sou aqui o representante da presidenta Dilma, eu apoio a presidente Dilma e grande arte dos nossos projetos estratégicos está ancorada no projeto da presidenta Dilma", afirmou o governador. "Então é natural que ela tenha um palanque único e se não tiver, nós vamos discutir quem é o [candidato] mais indicado. Eu vou argumentar que não sou eu".
Questionado se aceitaria uma posição de neutralidade da presidente, sem a participação dela no palanque de nenhum candidato no Estado, Genro limitou-se a afirmar que ainda não havia chegado a esta "elaboração". Segundo o governador, "fechados esses dois elementos", ele vê "boa possibilidade" de concorrer em 2014. "Aí vou entrar com vontade na campanha [como] um trator político, no bom sentido da expressão".
Fonte: Valor Econômico
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