Toda decisão a fórceps na política não traz bons resultados’, disse o presidenciável sobre veto de Marina
Maria Lima
BRASÍLIA – O senador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, ainda acredita que o PSB poderá renovar a aliança com o PSDB em São Paulo, apesar de a ex-ministra Marina Silva ter vetado essa estratégia. Nesta terça-feira, Aécio disse que caso isso aconteça, quem sairá perdendo é o PSB de Eduardo Campos, porque os dois partidos têm uma parceria antiga e natural tanto em Minas Gerais como em São Paulo. Segundo o senador, uma reunião com o governador Geraldo Alckmin na quinta-feira vai ter na pauta as alianças regionais.
— Se houver veto, altera o quadro sim em São Paulo, mas em prejuízo maior do PSB — disse Aécio. — Desfazer agora uma aliança que é natural traz prejuízo maior para quem sai. (A parceria) É boa para os candidatos a deputados deles e até para majoritários.
Aécio afirmou que lamenta caso a aliança tenha de ser desfeita por uma decisão de Marina Silva e defendeu que a coligação continue em São Paulo.
— Toda decisão a fórceps na política não traz bons resultados — disse.
Questionado se ele não preferia ter palanque único em São Paulo, se a coligação com o PSB for desfeita, Aécio respondeu:
— Sinceramente, para mim não afeta. Quem disputa a Presidência da República não pode temer ninguém.
Decisão está nas mãos de Alckmin
Dependerá de decisão de Alckmin uma saída que tente fazer o PSB mudar de ideia, como a oferta do cargo de vice-governador ao partido de Eduardo Campos, afirmou Aécio, mas as alianças regionais dos tucanos deverão ser homologadas pelo diretório nacional. Segundo o senador, a executiva do partido fará reunião no começo de fevereiro na qual será publicada resolução dizendo que todas as alianças e coligações regionais precisam ser homologadas no diretório nacional, tendo como prioridade do projeto nacional, da candidatura para presidente da República.
Aécio ainda comentou a situação do PMDB na aliança com o PT, após a presidente Dilma Rousseff avisar que o partido não conseguirá aumentar seu espaço na Esplanada dos Ministérios na reforma ministerial. Em uma longa conversa na noite de ontem com o vice-presidente Michel Temer,Dilma informou que o partido continuará no comando de cinco pastas, contrariando expectativas do PMDB.
O senador tucano destacou que seu avó Tancredo Neves já dizia que não se faz política sem vítimas, e que o PMDB é vítima da “obsessão do PT por cargos”. Para Aécio, esse comportamento do PT vai levar a dissidências nos estados, o que vai ajudar a oposição.
— O PT nos ajuda ao querer tudo, querer a Presidência, querer cargos, querer os governadores. E pode acabar sem nada — disse.
Fonte: O Globo
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