quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

O pescador
A simbologia é forte. No dia seguinte à presidente Dilma Rousseff dizer que não ampliaria o número de ministérios do PMDB, o deputado Marcelo Castro, do Piauí, ingressava na sede nacional do PSDB para conversar sobre a aliança com o PSB e os tucanos em seu estado. Ok, os piauienses já conversavam antes de Dilma dizer não aos peemedebistas. Mas outros casos virão. A presidente quer aproveitar esse período de enfraquecimento de José Sarney, por causa da crise no Maranhão, e também do presidente do Senado, Renan Calheiros, com suas viagens particulares no avião da Força Aérea Brasileira, para tentar jogar à sua maneira. A ordem é mostrar quem manda e detém o controle total do governo.
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Nesse quadro, o PMDB reclama, esperneia, e o PSDB observa. “O PT nos ajuda. Quer tudo. Quer o governo federal, o Senado, quer mandar na Câmara. Talvez acabe ficando sem nenhuma dessas coisas”, diz Aécio, pronto para receber de braços abertos aqueles que o procuram.

Mudanças na Bahia
É cada vez mais forte a certeza de que o ex-governador Paulo Souto, do DEM, concorrerá ao governo estadual contra o PT este ano. Confirmada a candidatura, Geddel Vieira Lima, do PMDB, sairá ao Senado. Ao PSDB caberia a vice, mas o tema ainda está em aberto. É que, se os tucanos abrirem mão do cargo, a perspectiva de atrair um dos aliados de Dilma Rousseff é grande.

Arrumadinho no Ceará
O presidente do PT, Rui Falcão, e o secretário-geral, Geraldo Magela, têm encontro marcado com o PT cearense para verificar a tendência majoritária do partido para as eleições em 2014. É forte o cheiro de divisão para tentar agradar a dois senhores: o PT fecha oficialmente com Cid Gomes e Ciro Gomes e quem for o candidato deles. Mas o senador José Pimentel e Luizianne Lins apoiam Eunício Oliveira. Avaliação dos partidos envolvidos: essa emenda é pior que o soneto.

Compensações
Sem ministério novo, o PMDB vai forçar a porta dos palanques. Agora é que os petistas terão de apoiar os candidatos do partido no estado. E sem a história de palanque duplo. Falta combinar com o PT que conta com essa possibilidade na maioria dos estados.

“A oposição sou eu!”
Durante a entrevista de Aécio Neves ontem em Brasília alguém quis saber se ele havia conversado com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sobre as medidas que havia adotado cobrando explicações e ações judiciais sobre a inclusão do saldo de cadernetas de poupança no lucro da CEF. “Converso com ele sobre vários temas, mas não falei sobre isso. Nós (do PSDB) somos oposição clara a tudo isso que está acontecendo aí. Queremos mudar o Brasil.”

Marina em Brasília/ A ex-senadora Marina Silva passa por Brasília na semana que vem para conversar com representantes da Rede. Estará com José Reguffe, que ficou no PDT depois que o novo partido não conseguiu o registro.

Marta Suplicy na Bahia/ A ministra da Cultura, Marta Suplicy, estará amanhã em Salvador para a tradicional lavagem das escadas do Senhor do Bonfim. É quando os políticos baianos testam a sua popularidade e os “estrangeiros” avaliam se são conhecidos.

Copa &convenções/ Os partidos estão pra lá de preocupados. A primeira fase da Copa ocorrerá justamente no período em que a legislação eleitoral exige a realização de encontros partidários para escolha de candidatos a presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Vai ser um deus nos acuda para arrumar hospedagem e voos para as cidades sedes. E olha que as folguinhas no calendário são poucas. Tem jogos todos os dias.

É a Caixa!!/ Aécio Neves começava a coletiva ontem sobre a maquiagem na contabilidade da Caixa Econômica Federal, quando os cinegrafistas pediram uma pausa porque a caixa de som onde eles colocaram os microfones estava falhando. Aécio, irônico, emendou: “O problema é na Caixa! Ainda bem que essa nossa aqui é fácil de resolver”.

Fonte: Correio Braziliense

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