Sempre que vejo o esforço de Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos pela Presidência, penso que eles são loucos.
Só se fala em lixo, roubos, assassinatos, desvios, mensalões, e a economia não anima. Ao dizer que "emprego é mais importante que inflação", Lula antecipa-se às críticas na campanha. Crescimento baixo, juros (que justificavam autoelogios de Dilma) voltaram a ser altos, deficit comercial de bom tamanho, dúvidas na área fiscal. E nem por isso a educação e a saúde estão uma maravilha.
Para completar, quatro das dez empresas (entre as 500 maiores do mundo) que mais perderam valor de mercado nos últimos 12 meses são brasileiras. O destaque é para a Petrobras, que perdeu 34% do seu valor e até o primeiro lugar entre as grandes do país. Não deve ser puro acaso...
Se 2014 é ano de eleição, 2015 será de arrumação da casa: controle mais rígido da inflação e aumento de gasolina, energia, ônibus... Só pedreira.
Então, por que Dilma, Aécio e Campos se digladiam para descascar esse abacaxi gigante? Se não são loucos, têm fascínio pelo poder ou encarnaram a vontade de seus líderes. Dilma, a do padrinho Lula, extasiado pela popularidade. Aécio e Campos, a dos avós Tancredo Neves e Miguel Arraes, que fizeram história, mas nunca realizaram o sonho da Presidência. Tancredo não chegou a assumir. Arraes nem passou perto.
Outra alternativa é eles se acharem predestinados, com a sensação de que nasceram com uma estrela (não a vermelha do PT...) e serão capazes de transformar joio em trigo, fazer o sertão virar mar. O que não deixa de ter lá o seu lado de loucura. Mansa, mas ainda assim loucura.
Na outra ponta, soa sensata e saudável a explicação dada pelo ministro Joaquim Barbosa ao repórter Diego Escosteguy para não entrar na dança: "O jogo da política é muito pesado, muito sujo (...). É lançar-se a um apedrejamento".
Mas há quem "faça o diabo" e aceite ser "apedrejado". Vá entender.
Fonte: Folha Online
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