Intenção do partido é integrar tucanos à aliança em torno de Pezão
Juliana Castro
RIO — O PMDB do Rio se prepara para declarar apoio formal ao pré-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) até a primeira quinzena de abril. Para isso, aguarda que os tucanos batam o martelo para integrar a aliança do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) na disputa pela sucessão estadual. Além disso, nesta terça-feira, os peemedebistas fluminenses darão mais um passo na tentativa de dissolver o apoio do partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff e, durante a reunião da bancada, em Brasília, vão se posicionar pelo rompimento com o PT.
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), vai reunir a bancada para discutir a relação com o principal aliado. No encontro, o deputado federal Leonardo Picciani transmitirá a posição da bancada do Rio do possível apoio formal a Aécio.
Antes da reunião com Cunha, os deputados do PMDB do Rio vão se encontrar para uma conversa com o objetivo de azeitar o discurso que será apresentado aos demais parlamentares do partido.
— A posição que será levada pelo deputado Leonardo Picciani diz respeito à decisão unânime do partido de não aceitar palanque duplo no estado — afirmou o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, pai de Leonardo.
Um dos nove deputados da bancada federal do PMDB do Rio, o deputado Alexandre Santos disse que o sentimento de que se deve romper com o PT é um consenso entre os deputados do partido:
— O Aécio é um grande caminho. É um sentimento majoritário na bancada de que se deve rever o caminho.
Tempo de TV
O presidente do PMDB do Rio quer que o apoio a Aécio seja formalizado no próximo dia 25. Se não for possível, espera que isso aconteça até a primeira quinzena de abril. Para ele, as reuniões que Dilma anda fazendo com o PMDB nacional para acalmar os ânimos “somam zero, não valem nada e não sensibilizam”
.
— Ainda é cedo, estamos detalhando (uma possível aliança). Evidente, quero o apoio do PSDB para o Pezão no Rio, senão a tese de não aceitar palanque duplo cai por terra — afirmou Picciani ao GLOBO.
Com o acordo, o peemedebista calcula que Pezão somaria mais tempo de televisão, embora ainda não saiba exatamente quanto, e Aécio ganharia capilaridade no Rio, onde ficou sem candidato depois que o técnico de vôlei Bernardinho recusou o convite.
Picciani lembra que partidos que estão juntos em torno da pré-candidatura de Pezão já são alinhados a Aécio, como o Solidariedade, nacionalmente, e o PSD, no Rio:
— O maior partido dessa aliança é o PMDB. Ele traz 500 candidatos para o Aécio e pequenos e médios partidos. Vai ser mais gente dando papelzinho do Aécio, de Porciúncula a Ipanema — afirmou Picciani.
Uma possível aliança do PMDB com os tucanos poderia contar com a resistência de alguns quadros do PSDB. O presidente da sigla no Rio, deputado estadual Luiz Paulo, é duro crítico da gestão de Sérgio Cabral.
Fator Cesar Maia
Se for se render à exigência do PMDB de ter um único palanque no Rio, o de Pezão, Aécio terá de jogar para escanteio a pré-candidatura do vereador Cesar Maia (DEM) ao governo do estado.
No último fim de semana, a Executiva estadual do DEM se reuniu e o consenso foi de que o ideal para o partido é dar apoio a Aécio e fechar uma a coligação com o PSDB.
Fonte: O Globo
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