sexta-feira, 4 de abril de 2014

PSOL pede à Mesa Diretora da Câmara que abra investigação contra vice-presidente da Casa

André Vargas usou jatinho do doleiro Alberto Youssef, alvo de investigação da PF

Fernanda Krakovics – O Globo

BRASÍLIA - O PSOL protocolou, nesta quinta-feira, ofício solicitando que a Mesa Diretora da Câmara abra investigação sobre o envolvimento do vice-presidente da Casa, deputado André Vargas (PT-PR), com o doleiro Alberto Youssef, alvo da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

- A Mesa deve solicitar formalmente a apuração do caso, que envolve acusações de tráfico de influência e vantagens indevidas, pela corregedoria. A posição do Henrique (presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves) está muito contemporizadora - disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

No ofício, o partido afirma que os fatos merecem apuração já que eles vão além do âmbito pessoal:

"Os fatos recentes envolvendo o vice-presidente da Casa, deputado André Vargas, de grande repercussão, merecem detalhada apuração, em nome da transparência e da imagem pública do Parlamento. As ilações sobre vantagens indevidas e intermediação de interesses, que atingem Sua Excelência e vão além do âmbito pessoal, merecem resposta objetiva e institucional da Câmara dos Deputados. Entendemos que, por ser o deputado membro deste alto colegiado, a própria Mesa Diretora deve solicitar esses esclarecimentos à instância apropriada para isso, a Corregedoria", diz o ofício.

Em discurso ontem na tribuna da Câmara, o deputado disse que foi “imprudente” ao pegar emprestado um jatinho com o doleiro para viagem de férias com a família.

- Eu reconheço que fui imprudente com o avião. Foi um equívoco, eu deveria ter exigido contrato - disse Vargas, que foi aplaudido por alguns deputados do PT.

A viagem para João Pessoa em um jatinho providenciado por Youssef foi discutida, de acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, em uma conversa entre Vargas e o doleiro por um serviço de mensagem de texto, no dia 2 de janeiro. A Polícia Federal apura esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões em operações suspeitas.

“Tudo certo para amanhã”, diz mensagem originada pelo celular do doleiro. “Boa viagem se (sic) boas férias”, acrescenta.

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