Cristian Klein – Valor Econômico
SÃO PAULO - A temporada de convenções partidárias definirá as candidaturas para as eleições de outubro entre a próxima terça-feira e o dia 30, mas os movimentos das quatro grandes legendas com vocação executiva estadual e nacional - PT, PSDB, PMDB e PSB - já podem ser antecipados. Levantamento feito pelo Valor mostra que o casamento entre o PT e o PMDB - apesar das brigas durante todo o primeiro semestre, especialmente no Rio de Janeiro - permanece firme e pode ser até ampliado em relação à disputa de quatro anos atrás. Nas eleições estaduais, as duas siglas terão apoio mútuo a seus candidatos a governador em até 12 unidades da Federação, enquanto em 2010 a relação ocorreu em nove Estados.
Neste ano, o PMDB toma o lugar que foi do PSB como o grande parceiro dos petistas no plano regional. O projeto presidencial do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos levou à quase completa separação entre PT e PSB. Há quatro anos, os dois partidos apoiaram seus candidatos a governador em 14 unidades da Federação, número que, desta vez, deverá ficar em um ou no máximo dois Estados.
A consequência para o jogo de alianças é o maior distanciamento entre o PMDB e o maior rival dos petistas, o PSDB, e uma tendência de aproximação dos tucanos com o PSB. Essa união só não é maior porque o grupo de Marina Silva, pré-candidata a vice na chapa de Campos, desfez acertos estaduais com o PSDB, cujo presidente nacional, o senador mineiro Aécio Neves, será adversário na corrida ao Planalto.
O consórcio PT/PMDB revela uma divisão estratégica e simbiótica de território. Cioso da importância para seu projeto prioritário - a eleição presidencial - os petistas terão candidatos próprios nos seis maiores colégios eleitorais (60% dos votos do país). No entanto, a partir do nono maior Estado, o Pará, os petistas cedem seu apoio à legião de caciques regionais pemedebistas: de Helder Barbalho (PA) a Renan Filho (AL), de Lobão Filho (MA) a Eduardo Braga (AM).
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