Assis Moreira - Valor Econômico
GENEBRA - A Petrobras não é mais signatária da Iniciativa Contra Corrupção, do Fórum Econômico Mundial, e isso ocorre como uma das consequências do escândalo de corrupção que atinge a petroleira brasileira.
Em entrevista ao Valor na semana passada, o fundador do Fórum, Klaus Schwab, foi indagado se a Petrobras continuava sendo uma das 200 companhias internacionais que integram a iniciativa de Davos. Sua resposta foi de que "não estamos na situação de ser ativos de nosso lado, por causa de acusações que não se tornaram caso legal".
Mas hoje o Fórum informou ao Valor PRO que na verdade a Petrobras não é mais integrante da chamada Iniciativa de Parceria Contra a Corrupção (Partnering Against Corruption Initiative), que combate corrupção, requer transparência nas operações e trata de riscos em mercados emergentes.
O que aconteceu é que todos os participantes foram convocados a renovar até maio a assinatura e portanto os compromissos da iniciativa. A Petrobras não fez isso no prazo e ainda assim o Fórum de Davos esperou a reação da companhia até setembro, sem sucesso.
Mas em outubro, quando o escândalo de corrupção na Petrobras aumentava de dimensão, a companhia enfim procurou o Fórum dizendo que gostaria enfim de renovar sua assinatura na Iniciativa Anticorrupção.
Dessa vez, porém, foi o próprio Fórum que disse que, com o escândalo no Brasil, não havia espaço para assinar mais, sinalizando que preferia esperar o desenvolvimento da situação no Brasil.
A postura e o esclarecimento do Fórum são mais um golpe para a imagem da Petrobras no exterior. Isso ocorre apesar de a companhia brasileira ser uma das "parceiras estratégicas" do Fórum de Davos, o encontro anual da elite econômica e política do planeta, para o qual paga US$ 510 mil (R$ 1,3 milhão).
No momento a empresa continua como parceira de Davos. Mas não registrou até agora nenhum diretor para participar do encontro de 2015, na terceira semana de janeiro, nos Alpes suíços.
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