• Na avaliação dos parlamentares de oposição, o governo deve perder o controle sobre a situação no Congresso
- O Tempo (MG)
BRASÍLIA - A divulgação da lista de 34 parlamentares investigados sob suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras agravou ainda mais a já combalida relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso. Base aliada e oposição preveem uma temporada de derrotas significativas para o governo já a partir desta semana, quando serão apreciados os vetos presidenciais e projetos polêmicos, como a política de reajuste do salário mínimo.
Os parlamentares acusam o governo de tentar transferir para o Congresso a crise política provocada pela operação Lava Jato. “Essas digitais do governo são visíveis. Não dá para não perceber isso”, diz o vice-líder do PMDB na Câmara, Manoel Júnior (PB).
No PMDB, partido do presidente da Câmara e do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) – que também está na lista de suspeitos –, a insatisfação é generalizada. “O governo, para sair do olho do furacão, está jogando tudo para o Congresso. Ninguém vai aceitar isso”, diz Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Na avaliação dos parlamentares de oposição, o governo deve perder o controle sobre a situação no Congresso. “Isso é só o trailer de um filme de terror que será exibido nos próximos meses”, diz o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Nesta semana, senadores e deputados apreciarão vetos presidenciais, entre os quais o da correção de 6,5% da tabela do Imposto de Renda. O governo atua para evitar essa votação, mas alguns parlamentares dão como certa a derrubada do veto. Se no Senado a pauta ainda é uma surpresa, na Câmara, Cunha quer votar o projeto que mantém os critérios atuais de reajuste do salário mínimo e os estende para corrigir aposentadorias.
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