- Folha de S. Paulo
A cada vez que o calo da Lava Jato aperta, o senador Renan Calheiros abre fogo contra o governo. O script foi repetido na última sexta, em vídeo sobre a atuação do Senado no primeiro semestre.
Com a imagem desgastada pelo petrolão, o peemedebista voltou a investir na rejeição à presidente Dilma Rousseff. Reclamou da política econômica e descreveu o ajuste fiscal como "irracional" e "tacanho".
"Não tenho oráculo para profetizar o desfecho dessa crise, muito menos o tempo de sua duração. Mas estamos na escuridão, assistindo a um filme de terror sem fim", afirmou.
Em tom professoral, ele chamou o governo de "perdulário". "É preciso cortar. Cortar ministérios, cortar cargos comissionados, enxugar a máquina pública, fazer a reforma do Estado e ultrapassar, de uma vez por todas, essa prática superada da boquinha e do apadrinhamento", disse.
Seria um discurso elogiável, se o autor não estivesse sob investigação no Supremo por causa dos seus afilhados na Petrobras. O mais notório deles, Sérgio Machado, comandou a Transpetro por quase 12 anos.
Revelando um talento desconhecido para a meteorologia, Renan previu novas chuvas e trovoadas sobre o Planalto. "Não diria que será um agosto ou setembro negros, mas serão meses nebulosos", avisou.
Ao reclamar da Lava Jato, o senador disse ser alvo de acusações que se repetem como um "disco arranhado". É verdade, mas a culpa não está com quem o investiga.
Há um mês, o peemedebista virou réu por um escândalo que veio à tona em 2007, quando ele foi acusado de receber propina de um lobista da Mendes Júnior. Oito anos depois, Renan e a empreiteira se reencontraram no noticiário do petrolão.
O colecionador Fernando Collor está com saudade de seus carrões. Ele pediu ao Supremo a devolução da Lamborghini e da Ferrari que a PF apreendeu na Casa da Dinda.
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