- Folha de S. Paulo
No domingo, Aécio e Serra deram as caras nas manifestações contra o governo. Na segunda, FHC deixou o tom moderado e pediu a renúncia de Dilma. Os tucanos tentam mudar a rota de voo, mas ainda não dão sinais de que passarão a se deslocar na mesma direção.
Até a semana passada, a divisão do PSDB era apontada como o maior entrave à abertura de um processo de impeachment. O partido parecia rachado em três: Serra queria a substituição da presidente pelo vice, Aécio sonhava com novas eleições, e Alckmin preferia esperar até 2018.
O impasse aumentava a pressão sobre os tucanos, diante de eleitores cada vez mais radicalizados contra o governo. A presença dos políticos nas manifestações foi uma clara tentativa de reagir a essas cobranças. "O PSDB se sente reconectado com o sentimento das ruas", proclamou Aécio, que estreou no palanque e foi aplaudido em Belo Horizonte.
A nova linha de FHC ofereceu ao partido um discurso confortável, porém inócuo. A renúncia seria a alternativa menos traumática para interromper o mandato de Dilma, mas ninguém acredita que ela aceitará deixar o poder por vontade própria.
Assim, restaria ao PSDB optar entre empunhar ou não a bandeira do impeachment, hoje nas mãos do deputado Eduardo Cunha.
Nesta terça, os tucanos voltaram a mostrar falta de união sobre o tema. Aécio citou a queda de Collor e declarou que "Dilma pensa que é presidente, mas não é mais". Alckmin sustentou que é cedo para se falar em impeachment e disse que é melhor "aguardar os fatos e os desdobramentos das investigações em curso".
Depois do ensaio de revoada conjunta, os tucanos parecem ter retomado a preferência pelo voo solo.
Ficou mais complicada a situação de Sérgio Cabral na Lava Jato. Responsáveis pelo inquérito sobre o ex-governador do Rio dizem ter recebido informações valiosas do exterior.
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