Por Eduardo Campos - Valor Econômico
BRASÍLIA - A economia brasileira teve nova contração no segundo trimestre do ano, nas contas feitas pelo Banco Central. Pela métrica do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), a atividade teve queda de 1,89% sobre o primeiro trimestre do ano, feito o ajuste sazonal, e recuou 3,09% em comparação com o segundo trimestre de 2014.
No primeiro trimestre, o indicador registrou queda de 0,88%, ante o quarto trimestre de 2014 e recuo de 1,88% sobre o mesmo período do ano passado. Dois trimestres consecutivos de retração da economia caracterizam a chamada recessão técnica.
A previsão dos economistas ouvidos pelo Valor Data era de contração de 1,8% no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano.
Olhando apenas o mês de junho, o IBC-Br aponta retração de 0,58% na atividade, na série dessazonalizada, após breve alta de 0,06% em maio (dado revisado de alta de 0,03%). A média das estimativas de 17 consultorias ouvidas pelo Valor Dataapontava baixa mensal de 0,56%, com as previsões variando de queda de 0,3% até retração de 0,8%.
No ano, o IBC-Br aponta queda de 2,49% no dado observado (baixa de 2,58% com ajuste sazonal).
Nos 12 meses encerrados em junho o IBC-Br aponta retração de 1,61% na série sem ajuste (baixa de 1,64% no dado dessazonalizado). Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com junho de 2014 a baixa é de 1,2% na série observada (queda de 2,4% com ajuste).
Na média móvel trimestral, indicador mais utilizado para se tentar capturar tendência, o IBC-Br aponta nova baixa ao cair 0,5% em junho após contração de 0,81% em maio e de 0,59% em abril, na série com ajuste. Sem ajuste, a média móvel aponta baixa de 2,04% em junho, após elevação de 0,64% em maio.
Embora seja anunciado como “PIB do BC”, o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. Já o PIB calculado pelo IBGE representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
No Relatório de Inflação de junho, o BC projetou uma queda do PIB de 1,1% em 2015. Os analistas consultados para a confecção do boletim Focus estimam contração de 2,01%.
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