• Após se reunir com FHC e Alckmin, presidente do PSDB disse que há 'convergência clara' do partido em relação a quais medidas tomar diante da crise do governo federal
Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Depois de se reunir nesta segunda-feira, 17, com ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin em São Paulo para analisar o resultado das manifestações e unificar a estratégia do PSDB diante da crise política, o senador Aécio Neves, presidente nacional da legenda, afirmou nesta terça que há "uma convergência clara" no discurso do partido.
"A solução (para a crise) será pela Constituição. Daremos prioridade a blindagem dos tribunais contra qualquer tipo de constrangimento", afirmou. Na volta do recesso parlamentar, no começo de agosto, os líderes tucanos no Congresso Nacional defenderam a realização de novas eleições como solução para crise.
A tese gerou uma forte reação interna no PSDB, especialmente no núcleo paulista do partido, que reprovou a "radicalização". Para evitar o selo "golpista" que os petistas tentam colar no PSDB e acomodar as posições dos tucanos paulistas, o partido adotou o respeito a Constituição como palavra de ordem.
"Não vamos permitir que haja qualquer tentativa, como noticiam vários veículos de imprensa, de manietar os tribunais", disse, durante entrevista coletiva no Senado. O senador revelou, ainda, que se reunirá nos próximos dias com juristas ligados ao PSDB para definir que medidas serão tomadas na sequência das manifestações do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde tramitam processos que podem levar a cassação da presidente.
Aécio também falou sobre o texto que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nas redes sociais afirmando que a renúncia da presidente Dilma Rousseff seria "um gesto de grandeza". "O que o presidente Fernando Henrique Cardoso disse é o que está no sentimento e na alma de milhões de brasileiros. Ele apresenta uma alternativa para um governo que deixou de ser governo. Renúncia é um ato unilateral e não depende de uma iniciativa do PSDB. O ex-presidente considera que a renúncia talvez seja o menos traumático nesse processo. Não sei se o governo teria essa grandeza".
Durante a coletiva, o senador também anunciou que o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, deixou o PDT e se filiará no PSDB.
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