Pezão teme distúrbios e União envia Força Nacional para o Rio
• Tropa reforça a segurança nos palácios Guanabara e Tiradentes
- O Globo
O esquema de segurança no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa (Alerj), foi ainda mais reforçado para o início das discussões sobre o pacote anticrise proposto pelo estado. A pedido do governador Luiz Fernando Pezão, que afirmou não ter condições de garantir a ordem pública, o presidente da República, Michel Temer, autorizou uma mobilização de 500 homens da Força Nacional para ajudar a Polícia Militar a evitar distúrbios não só nos arredores da Casa, mas também na região do Palácio Guanabara, em Laranjeiras. Cerca de 200 agentes vieram ontem à noite ao Rio, e o restante deve chegar hoje. O efetivo permanecerá pelo menos um mês na cidade.
O reforço da Força Nacional foi um pedido feito por Pezão ao Ministério da Justiça e contou com a intermediação do presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM). Em um documento, o governador alegou “insuficiência de meios e esgotamento dos instrumentos destinados à preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio” para solicitar o apoio da tropa federal.
— A situação é grave. Pezão está preocupado com a segurança de todos, inclusive a dele. O pedido do governador também é direcionado para a vigilância do Palácio Guanabara — disse uma autoridade, que pediu para não ser identificada.
Alheios aos preparativos para o aumento de segurança no entorno do Palácio Tiradentes, servidores se mobilizam para novos protestos contra o que chamam de “pacote de maldade” do governo estadual. Antes do início das discussões sobre as propostas de ajuste, Picciani deverá receber representantes de pelo menos seis sindicatos em seu gabinete, numa tentativa de convencê-los sobre a necessidade de aprovação das medidas de austeridade.
UMA SEMANA DE TUMULTOS
As discussões no plenário estão previstas para começar às 15h e prosseguir noite adentro. A presidência da Alerj terá que decidir quem poderá ocupar as galerias da Casa. Normalmente, são distribuídas senhas.
Na terça-feira da semana passada, o plenário e gabinetes da Casa foram invadidos por manifestantes, o que levou Picciani a afirmar que a Polícia Militar falhou. Um grupo de servidores depredou a sala da vice-presidência, onde rasgou documentos e quebrou portas e móveis. Eles exigiam o arquivamento do pacote anticrise e a imediata saída de Pezão do governo do estado.
Dois dias depois também houve confusão: um grupo de mascarados acendeu uma fogueira no meio da Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro, durante um outro protesto de servidores. Policiais que faziam a segurança do Palácio Tiradentes foram em direção aos manifestantes, que arremessaram pedras, garrafas e fogos de artifício. Os PMs responderam com spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.
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