Para Aloysio Nunes, críticas feitas a Temer são em ‘ocasião inoportuna’
Leticia Fernandes e Júnia Gama, O Globo
BRASÍLIA - Em meio à crescente articulação de tucanos para que o PSDB deixe o governo, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB-SP), criticou ontem no Twitter a “ocasião inoportuna” das críticas feitas ao presidente Michel Temer, que estava na Alemanha, onde participou da reunião de cúpula do G20. Nunes integrou a comitiva de Temer.
“Nem Lula nem Dilma tiveram esse tratamento de nossa parte quando éramos oposição”, lamentou o ministro tucano, que defende a permanência do partido ao lado de Temer.
“Do ponto de vista dos interesses do Brasil, não poderia haver ocasião mais inoportuna para os recentes ataques de dirigentes do PSDB ao presidente da República, quando ele representa nosso país na Cúpula do G20”, escreveu Nunes.
O racha no PSDB é cada vez mais evidente. Uma das principais lideranças do partido, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) foi na contramão do ministro e disse que os tucanos terão de escolher entre suas bases e os “cargos confortáveis”. A investidores, ele disse que o “governo caiu” e que o país terá “novo presidente em 15 dias”.
Cássio Cunha Lima defendeu que a cúpula siga os deputados, que são majoritariamente favoráveis à saída do governo:
— O que não podemos é abandonar o país. Se é para escolher entre abandonar nossa bancada na Câmara e abandonar cargos confortáveis no governo, prefiro abandonar os cargos confortáveis no governo e ficar solidário à minha bancada na Câmara.
O senador tucano defendeu o rompimento após a votação da reforma trabalhista, prevista para a próxima semana:
— Queremos chegar à reforma trabalhista e, ouvindo os deputados, essa votação pode ser um marco importante para que isso (o desembarque) aconteça.
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