Prefeito de São Paulo minimiza fala de presidente interino do PSDB, que apontou ingovernabilidade de Temer
Juliana Arreguy, O Globo
SÃO PAULO - Defensor da permanência do PSDB no governo do presidente Michel Temer, o prefeito de São Paulo, João Doria, minimizou ontem as declarações dadas pelo presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati (CE). Na quinta-feira, Tasso afirmou que Temer está “chegando na ingovernabilidade” e que o deputado Rodrigo Maia (PMDB-RJ), que preside a Câmara, reúne condições de dar “estabilidade” ao país. Para Doria, a decisão sobre o desembarque dos tucanos não cabe apenas ao senador.
— Entendo que o PSDB, para tomar uma medida, deve construir isso dentro de uma reunião. Não creio que apenas o presidente, ainda que com todo o respeito que devemos ao senador Tasso Jereissati, possa tomar individualmente uma decisão dessa natureza. É uma decisão que deve reunir as lideranças do partido e minimamente a Executiva nacional e, aí sim, tomar uma decisão — afirmou o prefeito, após participar de um evento da Igreja Universal do Reino de Deus.
Questionado sobre qual é sua opinião a respeito da permanência do PSDB no governo Temer, Doria disse que não cabe a ele definir isso. Nas últimas semanas, o prefeito paulistano tem defendido a manutenção do apoio a Temer, em nome das reformas, embora também já tenha dito que a decisão deve ser revista caso apareçam “fatos novos”.
O prefeito ainda afirmou ontem que a situação de Temer teve uma piora “óbvia” após a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República:
— É claro que a crise aumentou, é obvio que a situação do governo Temer piorou nas últimas semanas. Isso é de uma evidência muito clara, mas é preciso ter cuidado e atenção na tomada de decisões.
As lideranças tucanas participarão de uma reunião de emergência na próxima segunda-feira para reavaliar o desembarque.
Presente ao mesmo evento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político de Doria e também defensor do apoio tucano a Temer, deixou o local sem falar com a imprensa. Alckmin e Doria mantêm um alinhamento nessa questão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário