quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Vera Magalhães: Temer e o tempo

- O Estado de S.Paulo

Michel Temer joga com o tempo para responder à pergunta, cada vez mais repetida, sobre se será ou não candidato à reeleição. Sua condição, apenas e tão somente nesse campo, é vantajosa em relação a alguns dos virtuais oponentes: não precisa renunciar ao mandato e não é premido pelo prazo para escolher um partido.

Por isso, julga ter tempo para que os dois principais fatores que vão determinar suas chances eleitorais mostrem resultado: a recuperação da economia e o sucesso ou fracasso da intervenção federal no Rio.

São essas as variáveis capazes de mexer na sua ainda esquálida popularidade, sem cuja recuperação a candidatura deixará de fazer sentido para o próprio MDB, que sempre se pauta pelo pragmatismo na hora de definir a estratégia eleitoral.

O “deadline” para a decisão é junho, atestam os aliados. É nessa época que se definirão as alianças, essenciais numa eleição cujo resultado ainda será influenciado pelo peso da propaganda de TV.

São pouco menos de quatro meses para que a retomada do consumo e do emprego mostre se tem vigor para embalar um discurso de que o governo tirou o País do buraco econômico cavado pelo PT. E para que a intervenção no Rio melhore a sensação de segurança das pessoas – uma vez que a solução estrutural para o crime no Estado é algo fora do horizonte.

Até lá, pesquisas serão semanais, como num constante eletrocardiograma a medir os sinais vitais do presidente e sua chance de sobrevida eleitoral.

SEGURANÇA 1
Presidente consulta Mariz e Moraes sobre nomes para pasta

Além de debater projetos na área de segurança, Alexandre de Moraes também foi consultado por Temer sobre nomes para a nova pasta. Ele quer alguém com perfil próximo ao do criminalista Antonio Mariz – que também será ouvido, mas cujo nome está descartado por ser advogado do emedebista.

SEGURANÇA 2
Aliados criticam ‘timidez’ de Alckmin em debate

Partidários de Geraldo Alckmin se mostraram desanimados com a ausência do presidenciável tucano no debate sobre segurança pública, que se tornou central na disputa. Lembram que ele foi o primeiro a defender um ministério para a área, mas não consegue assumir a paternidade da ideia.

SUCESSÃO PAULISTA 1
Alckmin deve usar prepostos para enterrar prévias em SP

Causou irritação no QG alckmista o vazamento da conversa entre Geraldo Alckmin e João Doria no fim de semana, cujos detalhes foram publicados ontem pela Coluna do Estadão. Conhecido por não gostar de arbitrar disputas, o governador não vai se expor diretamente para enterrar as prévias para a escolha do candidato ao governo do Estado. Mais: quer esperar uma conversa próxima com a cúpula do PSB nacional antes de deixar patente que vai patrocinar outro palanque além daquele do seu vice, Márcio França.

SUCESSÃO PAULISTA 2
Doria negocia apoios e pode dar vaga de vice para Kassab

Estão avançadas as negociações de Doria com DEM, PSD e PP, partidos que podem fechar a aliança paulista antes de assegurar o acordo nacional com o PSDB. Aliados do prefeito dizem que, por ter o maior tempo de TV dos três, o PSD deve indicar o vice na chapa, e o nome deve ser o do próprio presidente da sigla e ministro de Temer, Gilberto Kassab.

Nenhum comentário: