Pré-candidata sobe no Nordeste e entre brasileiros de menor renda
Sérgio Roxo | O Globo
-SÃO PAULO- O detalhamento da pesquisa do Datafolha divulgada no domingo indica que a pré-candidata Marina Silva (Rede) ganha espaço entre os eleitores clássicos do PT nos cenários em que o ex-presidente Lula é retirado da disputa. O levantamento mostra que o desempenho da ex-ministra tem uma melhora substancial no Nordeste e entre a parcela mais pobre e menos escolarizada do eleitorado quando o ex-presidente está fora.
Com o ex-presidente na disputa, Marina, ministra do Meio Ambiente do governo Lula entre 2003 e 2008, tem entre 7% e 9% no Nordeste. Sem o petista, a pré-candidata da Rede fica com 16% em qualquer cenário testado, e seria a primeira colocada, à frente do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL).
No grupo de eleitores que ganham até dois salários mínimos, Marina soma 11% ou 12% das preferências quando Lula aparece como opção de voto. Mas, com o petista fora, ela sobe para 18% ou 19% a depender do cenário. Entre eleitores apenas com ensino fundamental, a pré-candidata da Rede oscila entre 9% e 11% quando o petista é uma opção, e sobe para 16% ou 17% sem ele.
CIRO TAMBÉM É BENEFICIADO
Tanto nas últimas disputas presidenciais como nas pesquisas feitas para a eleição deste ano, o melhor desempenho dos candidatos do PT é verificado no Nordeste e entre a população mais pobre e menos escolarizada.
O Datafolha faz três simulações de cenário com a presença de Lula. Neles, seu índice de voto no Nordeste varia entre 49% e 51%. Entre os que ganham até dois salários mínimos, obtém entre 37% e 39%. Já no grupo de eleitores de ensino fundamental, o petista fica com 37% ou 38%.
O PT tem reafirmado a intenção de registrar a candidatura de Lula na disputa eleitoral, mas, condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá, o ex-presidente seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Lula está preso desde o último dia 7 depois de o Tribunal Regional Federal (TRF-4) aumentar a sentença para 12 anos e um mês de prisão.
Marina iniciou a sua carreira no Acre pelo PT. Ficou no partido até 2009, quando se filiou ao PV para disputar a eleição presidencial do ano seguinte. Ela terminou em terceiro lugar.
Em seguida, tentou fundar a Rede, mas a legenda não obteve registro e ela acabou indo para o PSB.
Também ex-ministro de Lula, Ciro Gomes (PDT) é outro candidato que se beneficia da saída do ex-presidente quando analisados os segmentos tradicionalmente ligados ao PT.
O pedetista, que tem o seu domicílio eleitoral no Ceará, apresenta índice entre 5% e 6% no Nordeste quando Lula está na chapa, e consegue entre 13% e 16% se o ex-presidente não concorrer.
Com o ex-presidente entre os concorrentes, os eleitores da região que optam por votar branco ou nulo, ou estão indecisos, oscilam entre 16% e 17%.
Nos outros seis cenários testados, sem a opção de voto em Lula, esses valores ficam entre 36% e 38%.
No grupo de eleitores que ganham até dois salários mínimos, o pré-candidato do PDT obtém 4% com o ex-presidente, e entre 8% e 9% das intenções de voto sem ele.
Mas a maior variação nesse segmento também é no grupo de indecisos. Com Lula, entre 16% e 17% dos eleitores dizem não ter candidato. Quando o petista fica fora, esses números variam entre 32% e 33% dos entrevistados.
Para os pesquisados com ensino fundamental, Ciro passa de 5% ou 6% para um índice entre 10% e 12% sem Lula. Os eleitores sem candidato no grupo de menor escolaridade passa de 16% ou 17% com Lula para um índice que varia entre 31% e 32% sem o ex-presidente da República nas urnas.
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