Por Malu
Delgado e Ricardo Mendonça | Valor Econômico
SÃO PAULO - Pulverização partidária, ascensão do DEM como grande força de direita, recuperação da esquerda sem a hegemonia petista e derrota do bolsonarismo foram as principais marcas das eleições municipais de ontem. Foi um pleito com características bastante distintas do anterior, em 2018, quando postulantes que negavam a política se elegeram nos Estados e despontaram como novas lideranças no Congresso, puxados pelo radicalismo de extrema-direita de Jair Bolsonaro.
DEM e esquerda se fortalecem em capitais
Desta
vez, os eleitores privilegiaram nomes já conhecidos e com experiência pública.
Para o cientista político Leonardo Avritzer, esses movimentos políticos apontam
para um “pós-bolsonarismo” em 2022. A disputa foi realizada em 5.567 municípios
em meio à pandemia, com o número recorde de 556.033 candidatos a prefeito, vice-prefeito
e vereador. Uma eleição em que os 147,9 milhões de eleitores aptos a votar
foram chamados a exercer esse direito.
O DEM é um dos partidos que saem fortalecidos: venceu a disputa no primeiro turno em três capitais - Florianópolis, Curitiba e Salvador - e disputa o 2º turno no Rio, com Eduardo Paes. O vencedor com uma das maiores votações proporcionais nas capitais até o início da madrugada de hoje era Alexandre Kalil (PSD), em Belo Horizonte, reeleito em primeiro turno com 63,37% dos votos.
No Recife, um fato inédito: a histórica polarização entre direita e esquerda deu lugar a uma disputa, no segundo turno, entre candidatos do mesmo campo político (esquerda). O deputado João Campos (PSB) ficou com 29,17% dos votos, seguido pela deputada Marília Arraes (PT), com 27,95% - os dois são, respectivamente, bisneto e neta do ex-governador Miguel Arraes.
No grupo dos candidatos eleitos em primeiro turno apoiados por prefeitos em fim de mandato o maior destaque foi Bruno Reis (DEM), em Salvador, apadrinhado pelo prefeito ACM Neto (DEM).
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