Prefeitos
pedem a cabeça de Pazuello, governadores cobram vacinas e UTIs
A
Confederação Nacional dos Municípios pediu a cabeça de Eduardo Pazuello, ainda
aboletado no Ministério da Saúde. A Frente Nacional de Prefeitos diz que o
governo de Jair Bolsonaro é culpado pela falta
de vacinas e ainda se perde com coisas como decretos
de armas e "pauta de costumes".
Nesta
quarta-feira (17), governadores
têm reunião com o general Pesadello (João Doria não vai). Vão cobrar
o cronograma
de entrega de vacinas até abril, dinheiro para pagamento de leitos de
UTIs e fazer pressão para que se aprove a fabricação
da vacina russa no Brasil. Pesadello está pela hora da morte, que sempre
foi o seu tempo.
A
vacinação vai parando, por falta de doses. Vai andando o inquérito
do Supremo sobre Pesadello. Vidas, a economia e o prestígio de Jair
Bolsonaro vão depender da política e de alguma esperteza do governo nas
próximas semanas.
Governadores são bem mais próximos de senadores do que os deputados. Vários estão como medo do que vai acontecer com sua fama caso a vacinação seja interrompida, como deve ser, nos próximos dias.
Há
no Senado um pedido de CPI para investigar o desastre o Pazuello, um grosseirão
autoritário, intelectualmente limitado e incapaz de administrar um almoxarifado
de arruelas. Se Pazuello fugir da casinha, como de costume, Rodrigo Pacheco
(DEM-MG), presidente do Senado, poderá ter mais dificuldade de segurar a CPI
--nesta quinta (18) deve haver reunião decisiva de senadores.
Embora
CPIs sejam cada vez mais fracassadas, sabotadas ou de algum modo inócuas, são
sempre um risco. No caso da incompetência criminosa da Saúde, o problema
espirra em Bolsonaro, pois Pazuello é um capacho do presidente.
Dois
senadores sem amor algum pelo governo dizem que Pazuello pode ajudar a adiar a
CPI. Precisa demonstrar pelo menos uma vez capacidade de conversar, de conter
suas grosserias de caserna. Contidas as patadas, teria de provar que virão
regularmente insumos da China para fabricar mais vacinas e resolver o
financiamento de UTIs.
Mesmo
com a sua inteligência escassa, Pazuello poderia ganhar tempo para mostrar que
seu cronograma de vacinas pode funcionar (e fazê-lo funcionar). Um calendário
baseado em possibilidades de produção do Butantan e da Fiocruz, além de doses
da Covax, indica que até março poderiam ser vacinados pouco mais de 31 milhões
de pessoas. Até abril, 51 milhões. Até maio, 68 milhões. Seria uma mudança de
jogo: a imunização de grupos em que morrem 89% das vítimas de Covid-19. No
entanto, por ora chegaram apenas doses para vacinar 15 milhões (foram aplicadas
ou podem ser fabricadas com material já entregue ao país).
Se
Pesadello fizesse algo que prestasse na vida, conseguiria trazer outras 30,4
milhões de doses até maio, suficientes para vacinar pouco mais de 14 milhões.
Mas não se sabe se a negociação dessas vacinas da Rússia e da Índia é mera
fantasia do almoxarifado militar da Saúde. Pior, ainda não entendemos bem o que
bloqueou ou pode bloquear a remessa de mais insumos da China para o Butantan e
Fiocruz.
Variantes
talvez muito perigosas do coronavírus se espalham pelo país sem que
tenhamos testes para identificá-las, rastreá-las e entender o seu perigo: sua
pestilência, capacidade de matar ou de driblar vacinas.
Estamos
entre a possibilidade de vacinação em massa para grupos mais sujeitos a morrer
de Covid-19 e o risco de um desastre ainda maior até abril. É uma corrida de
morte entre a vacinação e a ameaça de uma nova onda monstruosa de epidemia.
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