sexta-feira, 7 de maio de 2021

Ricardo Noblat - Filhos zero de Bolsonaro se reconciliam com o pai

- Blog do Noblat / Metrópoles

Flávio, Carlos e Eduardo lamentam a morte de policial na favela do Jacarezinho, no Rio, e se calam sobre o massacre ali de 24 pessoas

Os filhos zero se reencontraram com o pai em modo radical que os criou à sua imagem e semelhança. Deram prova disso ao se sentirem à vontade para postar em suas contas na internet notas lamentando a morte no Rio de um policial na favela do Jacarezinho.

Escreveu Flávio, o senador:

 “Meus sentimentos à família do inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias, que tombou na honrada missão de defender nossa sociedade do crime organizado. Dar a vida pela nossa segurança não é para qualquer um, é para corajosos e vocacionados!”

Em seguida, Carlos, o vereador:

 “Meus sentimentos à família do policial alvejado e assassinado em troca de tiros com traficantes na data de hoje no Jacarezinho – RJ.”

Por último, Eduardo, o deputado:

“Não surpreende ver deputados do PSol defendendo bandido enquanto policial tomba em serviço. Surpreende é pessoas acharem que o PSol defende pobre, quando é justamente nas zonas mais humildes que eles são menos votados”.

Nas zonas mais humildes do Rio e de outras cidades, mandam o tráfico e as milícias, quase sempre associados. Ali, só entram para pedir votos candidatos apoiados por eles. Os Bolsonaro costumam ser muito bem votados nessas áreas.

A polícia entrou atirando no Jacarezinho. Matou pelo menos 24 pessoas. Foi o massacre que resultou em mais mortes no Rio desde a redemocratização do país em 1985. O governador Cláudio Castro lamentou “tantas vidas perdidas”, mas parou por aí.

Quantos massacres faltam para que se reconheça que a política de assassinato em massa de inocentes e de eventuais culpados não acabará com o tráfico de drogas? O Estado existe para proteger vidas. Estado que deliberadamente mata é criminoso.

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