sexta-feira, 30 de julho de 2021

Ricardo Noblat - Justiça Eleitoral inova e rebate mentiras em tempo real

Blog do Noblat / Metrópoles

Em sua conta oficial no Twitter, o Tribunal Superior Eleitoral apontou 17 mentiras pregadas por Bolsonaro em live no Facebook

Jair Bolsonaro faltou com a palavra que deu ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do Centrão, de que pararia de bater duro no Supremo Tribunal Federal e em seus ministros.

Nogueira sequer tomou posse na chefia da Casa Civil da presidência e Bolsonaro, em conversa com seus devotos no Palácio da Alvorada, atacou outra vez o ministro Luís Roberto Barroso.

Barroso não é só ministro do Supremo, é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral. À noite, em live no Facebook, Bolsonaro não resistiu à tentação e voltou a espicaçar o ministro.

Não esperava revide, mas houve revide e em tempo real. Pelo menos 17 afirmações feitas por Bolsonaro foram apontadas como falsas em posts publicados na conta oficial do tribunal no Twitter.

Nunca antes nesse país se viu nada parecido. Os tribunais só se manifestam por meio de notas oficiais ou pela boca dos seus ministros. O tribunal inovou e surpreendeu Bolsonaro.

Nogueira tinha como meta passar à história desse governo como uma espécie de pacificador, que conseguira acalmar os ânimos e aparar as arestas entre os poderes da República.

Ou foi ingênuo a ponto de acreditar em Bolsonaro ou era só conversa mole para justificar a aceitação do convite que Bolsonaro lhe fez. Melhor que se dedique a defender os interesses do Centrão.

O que Nogueira fará com a herança legada pelo general Ramos

Há militar demais na Casa Civil, onde o líder do Centrão deverá passar os próximos meses

O que Ciro Nogueira (PP-PI), novo chefe da Casa Civil da Presidência da República, fará com a herança maldita de militares empregados pelo antigo ocupante do cargo, o general Luiz Eduardo Ramos, amigo de Bolsonaro há mais de 40 anos?

Só na assessoria direta de Ramos havia nove colegas dele do Exército – sem levar em conta os que o general empregou em outros lugares. Como não atender a um pedido de Ramos, da turma de Bolsonaro na Academia Militar de Agulhas Negras?

Nogueira quer cercar-se de servidores da Câmara dos Deputados e do Senado, território que ele conhece como a palma da mão, onde fez amigos e onde tem gente de sua confiança. E diz que Bolsonaro lhe deu carta branca para montar sua equipe.

Quem acreditou nessa história de carta branca dada por Bolsonaro deu-se mal. O ex-juiz Sergio Moro foi um. Ao assumir o Ministério da Justiça, convidou uma socióloga para trabalhar com ele, e Bolsonaro simplesmente vetou-a.

Militares empregados por Ramos, mas não só esses, começaram a reclamar da disposição de Nogueira para fazer o que acha que deve ser feito. Se depender de Ramos, uma parte deles irá para a Secretaria-Geral da Presidência, novo endereço do general.

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