Blog do Noblat / Metrópoles
Ele começa a ceder à tentação de ser
candidato à vaga de Bolsonaro
Para quem não completou 45 anos, nasceu em
Rondônia, estado com apenas 1,1 milhão de eleitores, foi deputado federal só
uma vez por Minas Gerais e é senador de primeiro mandato, Rodrigo Pacheco está
com tudo, inclusive uma boa prosa.
Eleito senador em 2018, presidente do
Senado há cinco meses, já não esconde que cedeu às pressões de Gilberto Kassab,
ex-prefeito de São Paulo, e admite ser candidato à sucessão do presidente Jair
Bolsonaro. Kassab é também presidente do PSD.
Pacheco (DEM) deve sua eleição a presidente
do Senado ao apoio de Bolsonaro, mas devagar começa a distanciar-se dele.
Enquanto Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, calou-se, Pacheco reagiu à
ameaça de Bolsonaro de cancelar as próximas eleições.
Ele anda dizendo que qualquer risco à democracia deve ser “eternamente vigiado”, e embora evite criticar o presidente da República, definiu sua ameaça “como infeliz”, e espera que seja retificada. É pouco? É o jeito de ser cauteloso de Pacheco.
Kassab quer fazer dele o candidato da
chamada terceira via, alternativa a Bolsonaro e a Lula, mas poderá ser também
da quarta ou da quinta, uma vez que dificilmente só haverá a terceira. Pacheco
é menos crente do que Kassab nas suas próprias chances.
Mas, por que não tentar? Pouco ou nada tem
a perder. Presidirá o Senado até fevereiro de 2023, e seu mandato de senador só
termina em 2027. Ocupa-se no momento em se tornar mais conhecido nacionalmente
e em calibrar o discurso de candidato.
Tem até o começo do próximo ano para trocar
o DEM pelo PSD, embora pretenda fazê-lo em outubro. E ouve que se não emplacar
como candidato a presidente, seu passe como vice será disputado. O PSD não
apoiará Bolsonaro num eventual segundo turno.
Kassab já antecipou que, nesse caso, o PSD irá de Lula. Pacheco não se opõe à ideia.
Um comentário:
Que tal imaginar que GK esteja sendo atraído por Lula para ser o seu Vice?
Talvez Pacheco esteja aceitando fazer esse jogo para se manter em alta na mídia, não? Lembro-me de uma afirmação feita por Lula, há 10 anos, que, se o PT viesse a ter com ele um GK, essa aliança seria imbatível ... Lula gosta de GK e admira sua capacidade política. Só o tempo dirá... Abçs.
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