DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Para comando do PSDB, é a única saída para driblar mais 15 dias de silêncio do governador sobre sua candidatura
Christiane Samarco
BRASÍLIA – O comando nacional e as direções regionais do PSDB avaliam que só têm uma saída para driblar mais 15 dias de silêncio do governador de São Paulo, José Serra, sobre sua candidatura ao Planalto: fazer com que o presidenciável tucano "desfile" ao lado dos candidatos a governador do partido e de legendas aliadas que estão em campanha Brasil afora. "Vamos nos mexer", diz o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). "Todo mundo quer a presença dele nos Estados e Serra precisa desatar esse nó."
O tucanato não desistiu de convencê-lo a antecipar a candidatura. Para conter a ansiedade com a falta de uma declaração afirmativa do governador, o partido mobiliza as bases em vários Estados e monta uma agenda para exibir seu candidato. "O que Serra tem que fazer nessas duas semanas até sair do governo para cuidar da candidatura é exatamente o que fez no Rio Grande do Sul, no fim de semana", afirma Guerra.
De acordo com a governadora gaúcha, Yeda Crusius (PSDB), quem testemunhou a passagem de Serra anteontem pela Festa da Uva, em Caxias do Sul, não tem a menor dúvida de que ele é o candidato do PSDB à Presidência. A tucana se diz convencida de que Serra "desfez com gestos" qualquer dúvida sobre a participação na corrida sucessória. "Éramos dois pré-candidatos: eu, candidata declarada ao governo, e ele a presidente. Quem nos viu não teve dúvida."
Yeda elogia a militância, que estava "muito acesa", chegou em dois ônibus enfeitados com faixas de "Serra presidente" e recepcionou o governador portando adesivos com os mesmos dizeres colados nas camisetas.
Serra não falou uma só palavra sobre eleição, mas se portou como político em busca de votos. Conversou com visitantes, distribuiu abraços e posou para fotos, sempre sorridente. Bem diferente do Serra meio cabisbaixo que deixou Belo Horizonte, na semana passada, depois de participar da inauguração da nova sede do governo mineiro, ao lado de Aécio Neves, este sim recepcionado aos gritos de "Aécio presidente".
Não houve manifestação de hostilidade ao paulista durante os festejos do governo de Minas, mas os mineiros deixaram vazar a frustração por Aécio não ser o cabeça de chapa.
Dirigentes do PSDB avaliam que Serra poderia ter evitado os apupos a Aécio, se tivesse antecipado a candidatura. Mas dizem entender a preocupação dele em deixar claro que sua prioridade é a função de governador. É com uma "boa arrancada" a partir de São Paulo que os tucanos contam para construir a vitória sobre a petista Dilma Rousseff.
Para comando do PSDB, é a única saída para driblar mais 15 dias de silêncio do governador sobre sua candidatura
Christiane Samarco
BRASÍLIA – O comando nacional e as direções regionais do PSDB avaliam que só têm uma saída para driblar mais 15 dias de silêncio do governador de São Paulo, José Serra, sobre sua candidatura ao Planalto: fazer com que o presidenciável tucano "desfile" ao lado dos candidatos a governador do partido e de legendas aliadas que estão em campanha Brasil afora. "Vamos nos mexer", diz o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). "Todo mundo quer a presença dele nos Estados e Serra precisa desatar esse nó."
O tucanato não desistiu de convencê-lo a antecipar a candidatura. Para conter a ansiedade com a falta de uma declaração afirmativa do governador, o partido mobiliza as bases em vários Estados e monta uma agenda para exibir seu candidato. "O que Serra tem que fazer nessas duas semanas até sair do governo para cuidar da candidatura é exatamente o que fez no Rio Grande do Sul, no fim de semana", afirma Guerra.
De acordo com a governadora gaúcha, Yeda Crusius (PSDB), quem testemunhou a passagem de Serra anteontem pela Festa da Uva, em Caxias do Sul, não tem a menor dúvida de que ele é o candidato do PSDB à Presidência. A tucana se diz convencida de que Serra "desfez com gestos" qualquer dúvida sobre a participação na corrida sucessória. "Éramos dois pré-candidatos: eu, candidata declarada ao governo, e ele a presidente. Quem nos viu não teve dúvida."
Yeda elogia a militância, que estava "muito acesa", chegou em dois ônibus enfeitados com faixas de "Serra presidente" e recepcionou o governador portando adesivos com os mesmos dizeres colados nas camisetas.
Serra não falou uma só palavra sobre eleição, mas se portou como político em busca de votos. Conversou com visitantes, distribuiu abraços e posou para fotos, sempre sorridente. Bem diferente do Serra meio cabisbaixo que deixou Belo Horizonte, na semana passada, depois de participar da inauguração da nova sede do governo mineiro, ao lado de Aécio Neves, este sim recepcionado aos gritos de "Aécio presidente".
Não houve manifestação de hostilidade ao paulista durante os festejos do governo de Minas, mas os mineiros deixaram vazar a frustração por Aécio não ser o cabeça de chapa.
Dirigentes do PSDB avaliam que Serra poderia ter evitado os apupos a Aécio, se tivesse antecipado a candidatura. Mas dizem entender a preocupação dele em deixar claro que sua prioridade é a função de governador. É com uma "boa arrancada" a partir de São Paulo que os tucanos contam para construir a vitória sobre a petista Dilma Rousseff.
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