DEU NO ESTADO DE MINAS
Ullisses Campbell
São Paulo – Em reuniões fechadas com marqueteiros e a cúpula do PSDB, o governador de São Paulo, José Serra, afia o tom do discurso que vai permear sua campanha à Presidência. A estratégia a ser adotada, pelo menos num primeiro momento, não é a do confronto. Serra deverá iniciar a batalha mostrando os louros do seu governo. A ideia que vem sendo discutida no ninho tucano é concentrar forças nos grandes feitos de Serra, desde a época em que foi ministro do Planejamento e Orçamento (1995/1996) e da Saúde (1998/2002). Uma equipe de jornalistas, publicitários e marqueteiros também já trabalha passando um pente-fino em todas as realizações do tucano na Prefeitura de São Paulo (2005/2006) e na sua atual gestão. “O Serra não vai perder tempo se comparando com a Dilma Rousseff (PT) porque as diferenças são marcantes”, diz o presidente do PSDB paulista, deputado Mendes Thame.
Presidente nacional da legenda, o senador Sérgio Guerra (PE) defende que Serra deixe claro para a população que onde o governo Lula acertou tem dedo do PSDB. “O governo de Fernando Henrique Cardoso criou uma rede de proteção com programas importantes, como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação. Depois, o atual governo mudou o nome desses dois programas”, afirma.
Há um consenso entre os tucanos para que o discurso de Serra na primeira fase da campanha seja leve e passe longe do confronto com o PT. Entre os 12 políticos do PSDB ouvidos pelo Estado de Minas, 10 citaram o termo “discurso propositivo”, ou seja, de apresentação de propostas.
Na análise do deputado estadual Bruno Covas (PSDB-SP), além de Serra mostrar ao Brasil o que fez pelo estado, o candidato vai investir nas conquistas na érea econômica, como a estabilidade do real. Mas Covas faz uma ressalva: “Isso não quer dizer que a campanha de Serra será fácil”.
O cientista político da Universidade de Campinas (Unicamp) José Roberto Yamamoto prevê que o discurso dos tucanos vai começar em tom ameno, mas a linha que seguirá na segunda fase dependerá do resultado das pesquisas. “De certa forma, Serra estará de mãos atadas. Se ele mostrar que o governo Lula é uma continuação do governo FHC, não poderá criticar a política econômica e alguns programas sociais”, ressalta Yamamoto. Ele lembra ainda que o governo Serra enfrenta problemas quando o assunto é segurança pública.
Violência
A Segurança Pública no governo de José Serra tem telhado de vidro. Segundo o último relatório sobre violência no estado, o número de roubos em São Paulo cresceu 18% de 2008 para 2009. No interior, os homicídios dolosos (com intenção de matar) subiram 3,2% no primeiro trimestre do ano passado, comparado com o mesmo período do ano anterior.
Ullisses Campbell
São Paulo – Em reuniões fechadas com marqueteiros e a cúpula do PSDB, o governador de São Paulo, José Serra, afia o tom do discurso que vai permear sua campanha à Presidência. A estratégia a ser adotada, pelo menos num primeiro momento, não é a do confronto. Serra deverá iniciar a batalha mostrando os louros do seu governo. A ideia que vem sendo discutida no ninho tucano é concentrar forças nos grandes feitos de Serra, desde a época em que foi ministro do Planejamento e Orçamento (1995/1996) e da Saúde (1998/2002). Uma equipe de jornalistas, publicitários e marqueteiros também já trabalha passando um pente-fino em todas as realizações do tucano na Prefeitura de São Paulo (2005/2006) e na sua atual gestão. “O Serra não vai perder tempo se comparando com a Dilma Rousseff (PT) porque as diferenças são marcantes”, diz o presidente do PSDB paulista, deputado Mendes Thame.
Presidente nacional da legenda, o senador Sérgio Guerra (PE) defende que Serra deixe claro para a população que onde o governo Lula acertou tem dedo do PSDB. “O governo de Fernando Henrique Cardoso criou uma rede de proteção com programas importantes, como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação. Depois, o atual governo mudou o nome desses dois programas”, afirma.
Há um consenso entre os tucanos para que o discurso de Serra na primeira fase da campanha seja leve e passe longe do confronto com o PT. Entre os 12 políticos do PSDB ouvidos pelo Estado de Minas, 10 citaram o termo “discurso propositivo”, ou seja, de apresentação de propostas.
Na análise do deputado estadual Bruno Covas (PSDB-SP), além de Serra mostrar ao Brasil o que fez pelo estado, o candidato vai investir nas conquistas na érea econômica, como a estabilidade do real. Mas Covas faz uma ressalva: “Isso não quer dizer que a campanha de Serra será fácil”.
O cientista político da Universidade de Campinas (Unicamp) José Roberto Yamamoto prevê que o discurso dos tucanos vai começar em tom ameno, mas a linha que seguirá na segunda fase dependerá do resultado das pesquisas. “De certa forma, Serra estará de mãos atadas. Se ele mostrar que o governo Lula é uma continuação do governo FHC, não poderá criticar a política econômica e alguns programas sociais”, ressalta Yamamoto. Ele lembra ainda que o governo Serra enfrenta problemas quando o assunto é segurança pública.
Violência
A Segurança Pública no governo de José Serra tem telhado de vidro. Segundo o último relatório sobre violência no estado, o número de roubos em São Paulo cresceu 18% de 2008 para 2009. No interior, os homicídios dolosos (com intenção de matar) subiram 3,2% no primeiro trimestre do ano passado, comparado com o mesmo período do ano anterior.
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