Eugênia Lopes, João Domingos
BRASÍLIA - A luta das correntes do PT para controlar o mais importante cargo
da CPI do Cachoeira emperrou a escolha do relator. Dois grupos brigam pelo
cargo: o do ex-líder Cândido Vaccarezza (SP) e o dos deputados Odair Cunha (MG)
e Paulo Teixeira (SP). O presidente da CPI já está escolhido. Será o senador
Vital do Rêgo (PMDB-PB). O favorito para a relatoria da CPI é Odair Cunha. Além
do respaldo de líderes do governo, Arlindo Chinaglia (SP), e do PT, Jilmar
Tatto (SP), e da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, Cunha
conta com a simpatia da presidente Dilma Rousseff.
Diferente de Vaccarezza, que teria tido o nome vetado por Dilma, a quem
serviu como líder até março. Mas Vaccarezza tem apoio do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e do
ex-ministro José Dirceu. Diante do impasse, Jilmar Tatto tentará nas próximas
48 horas chegar a um consenso. A primeira reunião da CPI está marcada para
quarta-feira. Vaccarezza enfrenta a maior resistência, por seu estilo “bateu
levou”, visto por alguns petistas como nocivo aos trabalhos da CPI. Há ainda o
temor de que ele esteja magoado com a forma como foi demitido da liderança do
governo e vingue-se na CPI.
Mensaleiros e fichas-sujas. Assinaram a criação da CPI 72 senadores e 396
deputados. Chama a atenção a ausência de Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro
Henry (PP-MT), réus do mensalão. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho de outro
réu, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, também não assinou. Assim como a
deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), que sofreu processo de cassação por ter
recebido dinheiro de Durval Barbosa, operador do “mensalão do DEM” – escândalo
que derrubou o então governador José Roberto Arruda.
Colaborou Eduardo Bresciani
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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