Em defesa da quebra dos sigilos
Presidente da Câmara cobra a abertura dos dados bancários, fiscais e
telefônicos de quem teve contato com Cachoeira
Júnia Gama, Erich Decat
A quatro dias da instalação da CPI mista que irá investigar as relações do
bicheiro Carlinhos Cachoeira com parlamentar es , autoridades e empresas
públicas e privadas nas operações Vegas e Monte Carlo, o presidente da Câmara,
Marco Maia (PT-RS), defendeu a quebra do sigilo de qualquer pessoa que tenha
tido contato com o contraventor. "Cabe ao relator estabelecer o ritmo das
investigações e por onde vai começar. Eu começar ia quebrando o sigilo
bancário, fiscal e telefônico de todos aqueles que tiver am qualquer tipo de
contato com o Cachoeira", afirmou Maia.
Segundo o presidente da Câmara, a intenção seria acabar com o "poder
paralelo" que teria se instalado a par tir das conexões entre empresas e
políticos com Cachoeira. Maia ironizou a extensão dos contatos do bicheir o.
"Eu inclusiv e fiz um comentário de que as empresas de comunicação e
telefonia devem estar atrás do Cachoeir a para saber como ele colocou tanto
contato naquele celular" disse. Na próxima terça-feira, os partidos
deverão apresentar os nomes dos integrantes que irão compor a CPI. O PT ainda
mantém as indicações em sigilo e lideranças da legenda negam que esteja havendo
inter ferência do Palácio do P lanalto ou do ex-pr esidente Luiz Inácio Lula da
Silva. "Essa questão de que há interferên cia de A, B ou C para turbinar
ou abafar a CPI faz par te da imaginação de alguns", disse Maia. Ontem, o
líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), afirmou que já escolheu os nomes da
cota petista e r eforçou que não há interferências par a que as investigações
poupem o governo . " Eu sei exatamente o que faremos na CPI. Os nomes que
vamos indicar, o plano de trabalho", disse.
Relatoria
Na próxima semana, o presidente e o relator da CP I serão anunciados. O
senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) já foi indicado por seu par tido par a
encabeçar os trabalhos . Na Câmara, um acor do entre as duas maior es bancadas
definiu que o PT ficará com a relatoria, mas o clima de disputa para a
indicação do deputado que ocupará o cargo vai se estender até a próxima
terça-feira, quando a bancada do partido se reunirá para tentar chegar a um
acordo . Os nomes mais cotados hoje são os do ex-líder do governo Cândido
Vaccarezza (PT ) e o do ex-líder do PT Paulo Teixeir a (SP). Ambos em lados
opostos também na composição de força dentro da bancada.
Os nomes dos deputados Ricar do Berzoini (SP) e Odair Cunha (MG) também
transitam nas bolsas de apostas . O primeiro, no entanto, enfrenta o problema
de ser presidente da principal comissão da Câmara, a CCJ. Paulo Teixeir a
confirma o desejo de assumir o posto de relator, função estratégica uma vez que
o texto preparado por ele poderá culminar até em pedido de cassação de mandatos
de colegas . " Quando fui sondado , disse que poderia", ressaltou o
parlamentar.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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