Presidente da Câmara, Marco Maia (PT), e líder do governo na Casa, Arlindo
Chinaglia (PT), não assinaram o pedido
Maia argumenta que adesão à CPI não é compatível com a sua função, mas
afirma que defende a investigação
Gabriela Guerreiro
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e o líder do governo na
Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não assinaram pedido da CPI do caso Cachoeira,
criada anteontem pelo Congresso Nacional.
No total, apenas 21% dos congressistas -117 de 513 deputados e 9 de 81 senadores-
não apoiaram a comissão.
Entre os deputados estão Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP),
réus do mensalão, e Zeca Dirceu (PT-PR), filho de outro réu, o ex-ministro José
Dirceu.
O petista também prestou consultoria à empresa Delta -citada pela Polícia
Federal como ligada ao empresário Carlinhos Cachoeira.
Maia disse que não considera a adesão à CPI "compatível" à função
que ocupa. Apesar de não ter apoiado formalmente a abertura de investigações,
ele defendeu que a comissão quebre os sigilos de todos os que tiveram contato
com Cachoeira. "Eu começaria quebrando o sigilo bancário, fiscal,
telefônico de todos aqueles que tiveram qualquer tipo de contato com o
Cachoeira, mas quem vai tomar a decisão é o relator."
Chinaglia não foi encontrado na noite de ontem.
Quatro deputados suspeitos de envolvimento com Cachoeira assinaram o pedido:
Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e
Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO).
Já o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), que corre o risco de perder o
mandato por sua relação com Cachoeira, não apoiou a comissão.
A comissão também não teve a adesão dos deputados Sérgio Morais (PTB-RS) e
Jaqueline Roriz (PMN-DF). Morais ficou conhecido por afirmar que se
"lixava" para a opinião pública, e Roriz escapou de processo de
cassação depois de aparecer em vídeo recebendo dinheiro de Durval Barbosa,
delator do mensalão do DEM.
O PT vai indicar até terça o nome do deputado que vai ocupar a relatoria da
CPI.
A presidente Dilma Rousseff falou ontem sobre a CPI: "A CPI é algo
afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de
respeito ao Congresso nessa área".
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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