quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Temer fica, afirma Dilma

Dilma Rousseff confirmou ontem, ao vice-presidente Michel Temer, que eles repetirão em 2014 a dobradinha vitoriosa das últimas eleições presidenciais. O anúncio foi feito para apagar o constrangimento provocado pelo prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que lançou o nome do governador do estado, Sérgio Cabral (PMDB), como o sucessor de Temer na chapa presidencial. “Ela reafirmou a toda hora: ‘Estamos juntos, vamos fazer campanha juntos’. Mas não foi a título de desagravo, não sei”, declarou o vice-presidente, após a conversa privada com Dilma. 
 
Além da declaração desastrada de Paes, o gesto da presidente foi identificado como um ato extremamente político, já que também se contrapõe às “insinuações de Eduardo Campos (PSB)” de que poderá ser um dos players nas eleições daqui a dois anos. O governador de Pernambuco é apresentado como um dos possíveis presidenciáveis ou como uma das opções para vice se Dilma resolvesse romper a aliança com o PMDB. 

Segundo o vice-presidente, a reunião no Palácio do Planalto serviu para ser feita uma “análise geral” do segundo turno e a necessidade de intensificar a parceria entre PT e PMDB daqui para frente. “Foi muito a ideia de ‘olha, Temer, vamos participar cada vez mais, vamos ter um bom governo nesses dois anos’”, comentou o vice-presidente. 

As declarações do prefeito carioca foram vistas pelo Planalto como uma tentativa de “aparecer”. Segundo interlocutores da presidente Dilma, Paes foi reeleito em primeiro turno com mais de 70% dos votos, mas, para a irritação dos peemedebistas, a mídia só fala de Fernando Haddad (PT), Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB). 

Nem mesmo a enorme quantidade de votos recebidos pelo PMDB fluminense comoveu o grupo do vice-presidente Michel Temer. “Eles têm votos, nós temos o tempo de televisão de que a presidente precisa”, disse um aliado de Temer, que ainda questionou o bom resultado de Paes: “O PMDB ligado a Sérgio Cabral tinha 33 prefeituras no estado, elegeu 22 no primeiro turno. Nós tínhamos 70 e poderemos chegar a 90 em São Paulo”. O peemedebista também fustigou o correligionário fluminense. “Ainda o ajudamos quando ele precisou de nós na CPI do Cachoeira”, afirmou, lembrando que Cabral quase foi convocado por sua relação com Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, acusada de participar do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. (PTL e JB)

Fonte: Correio Braziliense

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