BRASÍLIA - Os ministros do Supremo Tribunal Federal trabalham, nos bastidores,
para agilizar as sessões do julgamento do mensalão. A ideia é tentar julgar os
dois capítulos da denúncia que faltam e fazer a discussão sobre o tamanho das
penas até o fim da próxima semana.
O STF retoma hoje o capítulo de lavagem de dinheiro, no qual são acusados
ex-deputados petistas e um ex-ministro. Faltam três votos para a conclusão.
O último capítulo é o de formação de quadrilha e envolve o ex-ministro José
Dirceu e outros 12 réus dos núcleos políticos, publicitário e financeiro. O
relator do mensalão, Joaquim Barbosa, deve começar a ler seu voto ainda hoje.
Pelo calendário rascunhado, o caso todo, inclusive com a definição das
penas, terminaria na sessão do dia 25 de outubro.
Além do cansaço -o julgamento está perto de completar três meses-, a pressa
tem outro motivo: a viagem que o relator marcou para a Alemanha entre 29 de
outubro e 3 de novembro.
Com dores crônicas no quadril, Barbosa será submetido a um tratamento
recomendado por seus médicos. Se não conseguirem acelerar o julgamento, os
ministros terão de interrompê-lo durante sua ausência.
Uma das ideias é que os ministros tratem de temas polêmicos em conversas
informais para evitar que os debates se estendam no plenário. Entre as questões
que devem ser definidas fora do plenário é o sistema de condenações, ou seja,
se todos os ministros participam ou só aqueles que votaram pela punição dos
réus.
Outra dúvida é se cada integrante deve apresentar sua sugestão de pena ou se
entram em consenso entre os votos do relator, Joaquim Barbosa, e do revisor,
Ricardo Lewandowski.
Fonte: Folha de S. Paulo
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