Gustavo Uribe
SÃO PAULO - Numa
queda de braço entre São Paulo e Minas Gerais, a disputa pelo comando do PSDB
já começa a ser discutida pelos dois principais grupos do partido, em uma
prévia do embate que será travado pela escolha do candidato tucano à sucessão
da presidente Dilma Rousseff. Pelo regimento da sigla, o deputado federal
Sérgio Guerra não poderá concorrer à reeleição em maio, o que tem levado
paulistas e mineiros a iniciarem as articulações pela hegemonia da legenda. A
conquista da direção do partido, na avaliação de líderes tucanos, dá vantagem
na linha de largada para a eleição nacional, já que o posto é responsável pela
condução do processo de definição do candidato.
Em sua campanha ao
Palácio do Planalto, o pré-candidato do PSDB e senador Aécio Neves (MG) tem
trabalhado para emplacar um aliado no posto e, assim, garantir o seu
favoritismo na disputa interna. Nos bastidores, o tucano tem defendido o atual
secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro, nome que conta também com a
simpatia do atual presidente. O mineiro atuou como coordenador da campanha
eleitoral do senador em 2010, é considerado um dos fiéis escudeiros do tucano e
é tido como membro da nova safra de lideranças do PSDB.
Na defesa de seu
candidato, Aécio Neves tem pregado a renovação dos quadros políticos da sigla.
Em conversa, em outubro, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
defendeu a necessidade de eleger uma nova geração para o comando do partido.
Para o presidente do PSDB de Minas Gerais, Marcus Pestana, a Executiva Nacional
da legenda terá de "espelhar o novo momento do país".
- É preferível que o
futuro presidente esteja sintonizado com esse novo momento do PSDB. Não faz
sentido ser alguém que não traduza essas novas preocupações - afirmou o
presidente estadual.
Com o enfraquecimento
político de José Serra, derrotado na capital paulista, o PSDB de São Paulo tem
se movimentado para recuperar o seu peso político na instância partidária e
evitar o avanço de Minas Gerais pelo comando da sigla. Com chancela do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, líderes tucanos têm defendido a
permanência do ex-governador Alberto Goldman na direção do PSDB. O aliado de
Serra ocupa interinamente a presidência tucana desde o afastamento médico de
Sérgio Guerra, em outubro.
Fonte: O Globo
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