Daniel Roncaglia
SÃO PAULO - Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) demonstraram ontem
pouco otimismo para o rápido término do julgamento do mensalão.
Eles afirmaram
ainda que é certo que o caso não acabará de ser analisado na gestão do
presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, que se aposenta
compulsoriamente na próxima semana.
Após a condenação
de 25 réus, o Supremo só terminou de calcular até o momento a pena de três
envolvidos do chamado núcleo publicitário.
"Sou um homem
otimista por educação e por atividade. Mas creio que o veredicto final só virá
em 2013", disse o ministro Marco Aurélio Mello.
Ele voltou a
criticar o tempo levado para julgar o caso dizendo que o STF virou um
"tribunal de processo único".
Para o ministro, a
ação teria acabado se houvesse desmembramento, com o julgamento somente dos
três réus com foro privilegiado.
Marco Aurélio disse
que o relator do mensalão e futuro presidente da corte, Joaquim Barbosa, terá
de coordenar o ritmo da ação sem jogar suas decisões "goela abaixo"
dos colegas de plenário.
"Não estamos
ali para o relator colocar a matéria e sermos vaquinhas de presépio para dizer
amém", afirmou Marco Aurélio.
O ministro Gilmar
Mendes disse que só por um "milagre" o caso será concluído na gestão
Britto.
Ele ainda destacou
o cuidado com que a ação está sendo julgada. "Tanto é que muitos já estão
cansados, inclusive os telespectadores, de ouvir tanta repetição."
Para o ministro, o
julgamento demonstra a necessidade de os juízes se reinventarem e usarem
discursos menos longos. "Temos de mudar a forma de julgar e encontrar
meios mais céleres de julgamento", afirmou.
O ministro Luiz Fux
disse que já foi mais otimista para o fim rápido do caso. Segundo ele, haverá
uma revisão das penas ao fim da dosimetria, o que pode significar mudança em
punições estabelecidas. "Queremos fazer um pente-fino na decisão para não
deixar que escape irregularidades."
Fonte: Folha de S. Paulo
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