SÃO PAULO - A tese da
renovação, defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é o
principal fator que opõe Minas Gerais a São Paulo na disputa pelo comando do
PSDB. Em oposição aos mineiros, os paulistas têm pregado a necessidade de uma
liderança com experiência administrativa e longa carreira partidária. O
ex-governador de São Paulo Alberto Goldman já foi ministro e é um dos
fundadores do PSDB. Com a derrota em São Paulo, o nome de José Serra chegou a
ser defendido para o posto pelo governador Geraldo Alckmin. Em conversas com
aliados, o candidato derrotado do PSDB disse, contudo, que não tem interesse no
posto. Para lideranças paulistas, o cargo poderia engessar o cacique tucano,
inviabilizando uma eventual participação na disputa de 2014.
- A questão da
renovação deve ser vista com cautela. Ela não deve se resumir à idade, mas a
novas ideias e propostas. O nome do Alberto Goldman é excelente para o posto.
Ele está preparado para qualquer cargo - ressaltou o presidente do PSDB em São
Paulo, Pedro Tobias.
Candidatura neutra
Além dos dois
candidatos ao posto, há quem defenda no partido um nome neutro que, fora do
circuito São Paulo-Minas Gerais, poderia se tornar uma alternativa de consenso.
Nessa linha, o principal cotado é o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati,
que, assim como o atual presidente, Sérgio Guerra, poderia atuar como uma
figura de equilíbrio diante das discordâncias entre paulistas e mineiros.
- Há no PSDB um
anseio por uma fala nova. A renovação não está vinculada à faixa etária, mas à
necessidade de falar com a sociedade. O nome ideal é aquele que venha a juntar
o partido no todo, que gira a mudança - disse o líder do PSDB na Câmara dos
Deputados, Bruno Araújo (PE).
Para o primeiro
trimestre de 2013, lideranças do PSDB organizam um congresso partidário para
moldar o discurso da sigla para a disputa presidencial. O presidente do PSDB em
Minas Gerais, Marcus Pestana, autor da iniciativa, avalia que a sigla só
conquistará o Palácio do Planalto com um discurso que atenda aos novos anseios
da sociedade.
- O país está com um
crescimento baixo e com uma desindustrialização. É necessário repensar o modelo
do país, e é essa a resposta que o PSDB tem de construir. Ele precisa de ideias
que empolguem. Isso faz parte do processo de construção da candidatura à
Presidência - disse Pestana.
Fonte: O Globo
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