Tucano discursa em conferência do PPS e diz que ‘em 2014, a nossa proposta será clara, com nome e sobrenome’
Maria Lima
BRASÍLIA – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez, nesta quinta-feira, o mais contundente discurso assumindo sua candidatura à presidência em 2014. Na abertura da conferência “A Esquerda Democrática pensa o Brasil”, promovido pelo PPS, Aécio conclamou as oposições, os partidos que querem interromper o ciclo do PT no poder, a estarem juntos. Apesar do discurso, o ex-governador José Serra, após ter confirmado presença, não apareceu. Na noite de quinta-feira, Roberto Freire informou que, devido a um problema na coluna, Serra recebeu ordens médicas para faltar. Entretanto, o presidente do PPS ressaltou que, se for liberado, o tucano estará presente na segunda parte do evento, na sexta-feira.
Aécio citou, em seu discurso, dificuldades internas do PSDB:
- No PSDB, estamos construindo nossa unidade, vencendo obstáculos internos de forma muito vigorosa, com a compreensão de que essa unidade é fundamental para alcançarmos nosso projeto de poder - disse ele, dirigindo-se a Roberto Freire. Aécio não comentou a ausência de Serra no evento.
Aécio pediu união à oposição:
- Independente das alianças formais, estaremos caminhando na mesma direção para mostrar que é possível romper este ciclo. No momento certo estaremos todos juntos – disse. - No final, vamos entender que nossa convergência é completa.
Ele conclamou o presidente do PPS, Roberto Freire, a estarem juntos para construir um projeto alternativo para 2014. O tucano encerrou o discurso deixando muito claro que será candidato. E disse que “no momento certo, em 2014, a nossa proposta será clara, com nome e sobrenome”.
- Vamos disputar e vencer essas eleições, porque o Brasil merece um governo muito melhor do que este que está aí, e vamos vencer juntos, Roberto – disse Aécio, para Freire.
- O ciclo do governo do PT se exauriu e vamos mostrar isso viajando o país a partir de agora – afirmou Aécio no discurso.
O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), representando o presidente do partido Eduardo Campos, não poupou críticas ao governo Dilma. Albuquerque reforçou a fala de Aécio, de que chega ao fim um ciclo. Ele afirmou que o PSB participou de três fases importantes para o Brasil, começando no governo Itamar, depois no Fernando Henrique, e lançando as bases para o governo Lula.
- Os três ciclos foram concluídos e estamos chegando numa cruzada da vida em que são necessárias novas etapas, que talvez não se realizem com quem está aí. Mas podem ser realizar com a consolidação do novo, do diferente. Não é verdadeiro que tudo foi resolvido no Brasil. Há muito o que ser feito, Não será com inflação, com baixo crescimento, que vamos dar sustentação às conquistas desses três ciclos. Podemos colocar em risco sim todas essas conquistas – disse Albuquerque.
O líder do PSB disse que trazia um abraço de Campos, que queria estar ali e não podia. Ele criticou a inclusão, pelos líderes da maioria dos partidos na Câmara encabeçados pelo PMDB e PT, de última hora, de requerimento para a votação em regime de urgência de projeto que torna mais rígidas a criação de novos partidos, na noite de ontem. Albuquerque chamou a tentativa de “golpe” para inviabilizar a criação do partido de Marina Silva, a Rede.
- A livre organização dos partidos não pode ser confundida com a malversação dos partidos. Nesses casos, os grandes partidos estão dando mau exemplo. Isso ficou claro no golpe tentado ontem, e que pode ser conseguido com a maioria que tem aí - disse. - Lamento que o governo se envolva em questões partidárias aqui no Congresso. A tarefa do governo é administrar o Brasil, combater a inflação. Não há porque, através de golpes, substituir a vontade do eleitor.
Fonte: O Globo
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