sexta-feira, 12 de abril de 2013

Aécio oficializa candidatura para presidir PSDB com críticas ao governo

Gabriela Guerreiro, Erich Decat

BRASÍLIA - Em discurso com duras críticas ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (MG) oficializou nesta quinta-feira (11) a candidatura à Presidência do PSDB, numa clara sinalização de que será o nome escolhido pelos tucanos para disputar o Palácio do Planalto em 2014.

Com tom de candidato, Aécio também mandou recados ao PSB do governador Eduardo Campos (PE) e cobrou apoio do PPS -- que estuda fusão com o PMN e possível adesão à candidatura de Campos.

As declarações foram feitas no seminário organizado pelo PPS, em Brasília. Apesar de também ter sido convidado, o ex-governador José Serra comunicou na véspera do encontro que não compareceria ao encontro, que também contou com a participação de integrantes do PSB e do DEM. A ausência de Serra teria sido em razão de dores nas costas.

Primeiro a discursar no evento, Aécio acusou o PT de estar levando o Estado à hipertrofia.

"Grande parte das mazelas e dos graves problemas brasileiros está na fragilização da federação", disse.

"Temos inúmeras etapas para serem vencidas, para a propaganda oficial que diz que é possível erradicar a miséria no Brasil por decreto, tenha a mínima correspondência na realidade dos brasileiros", acrescentou.

O tucano também defendeu o legado do plano Real, criado ainda durante o governo Itamar Franco e estabelecido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

"Não foi o Bolsa Família, mas o Plano Real, o maior indutor de distribuição de renda de nossa história moderna. O Real, pilar fundamental para a construção das outras etapas que vieram a partir dele, hoje está em risco", afirmou.

O senador lembrou ainda dos problemas que o atual governo enfrenta com a alta da inflação.

"A leniência do governo federal no controle inflacionário. Estamos constatando para a população que recebe até 2,5 salários mínimos, e grande parte dos empregos gerados nos últimos anos está nessa faixa, a inflação de alimentos ultrapassou os 14%".

Alianças

Em outro momento do discurso, Aécio tentou demonstrar uma relação histórica de proximidade entre o PSDB e o PPS, que atualmente não esconde preferir uma possível candidatura de Eduardo Campos à presidência.

"O PPS sempre foi, talvez dentre todos, o mais firme dos partidos aliados do PSDB. Me sinto extremamente em casa aqui hoje", disse o tucano se dirigindo à mesa composta pelo presidente da legenda, Roberto Freire (SP).

Na presença do líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), Aécio deu um recado velado ao PSB.

"O PPS não está no divã. Não temos dúvidas sobre qual será nossa postura. Faremos campanha permanente de oposição clara ao governo do PT. Para o Brasil, esse ciclo do governo do PT precisa e deve ser interrompido", disse.

Candidatura

O evento também serviu para Aécio oficializar sua candidatura à presidência do PSDB nacional prevista para o próximo mês de maio. De forma indireta também citou a disputa presidencial.

"No amanhecer de 2014, oferecer ao Brasil proposta clara com nome, sobrenome, projeto e programa que permita aos brasileiros
voltar a sonhar, a pensar que é possível ter governo ético, que não se contente somente com isso que aí está".

Fonte: Folha de S. Paulo

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