Ricardo Brito
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quinta-feira que fará uma campanha de "oposição clara" ao governo do PT em 2014. Num recado indireto ao PSB, cujo presidente nacional e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quer concorrer à eleição presidencial, mas ainda compõe a base aliada do governo Dilma Rousseff, Aécio disse que o PSDB "não está no divã".
"Não temos dúvidas sobre qual será a nossa postura. Faremos uma campanha permanente de oposição clara ao governo do PT porque, para o Brasil, esse ciclo de governo do PT precisa e deve ser interrompido", discursou, sob palmas, na abertura do Seminário A Esquerda Democrática Pensa o Brasil, organizado pelo PPS, na Câmara.
Ele afirmou que o PSDB e o PPS têm "os mesmos valores", uma "identidade profunda" e sempre foram "parceiros sólidos". "As nossas alianças não foram construídas com trocas de espaços públicos e circunstâncias eleitorais", disse. As declarações foram feitas na presença do deputado Beto Albuquerque (RS), líder do PSB na Casa. O partido também assedia o PPS para um acordo eleitoral em torno da possível candidatura de Campos.
Aécio defendeu a refundação da "Federação do Brasil", diante, de acordo com ele, da "hipertrofia" e "fragilização" da administração federal realizada pelo PT. Na fala, o senador do PSDB de Minas Gerais criticou a atuação federal nas áreas da saúde, segurança e educação, assim como a publicidade oficial do Poder Executivo de acabar com a "miséria por decreto". Assumindo-se candidato a presidente nacional do PSDB, cargo que deve assumir em maio para assegurar a visibilidade a fim de consolidar o nome para 2014, Aécio conclamou os integrantes do PPS para andar pelo País.
"Essa será a missão da nova direção do PSDB, talvez ouvindo mais do que falando, para que, no momento certo - parece-me que este momento é o amanhecer de 2014 -, nós possamos oferecer ao Brasil, aí sim, uma proposta clara, com nome, sobrenome, com projeto e programa que permita aos brasileiros que é possível sonhar, que é possível ter um governo ético no Brasil. É possível ter um governo transformador, que não se contente com isso que aí está", discursou.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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