quinta-feira, 18 de setembro de 2014

“Não se governa sem o PMDB”, diz Beto

• Vice de Marina sinalizou que, em caso de vitória, será preciso negociar com os peemedebistas, que participaram de todos os últimos governos. Campos afirmava que mandaria Sarney para a oposição. Sua substituta também critica a sigla

- Zero Hora (RS)

Candidato a vice-presidente na chapa do PSB, Beto Albuquerque disse ontem que "ninguém governa sem o PMDB", mas "não é preciso entregar o governo ao PMDB para ter governabilidade".

A aliança das gestões petistas com peemedebistas como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (AP) é alvo de críticas de Marina Silva, como foi também de Eduardo Campos, candidato que morreu em acidente aéreo em agosto e foi substituído pela ex-senadora.

Um dos maiores partidos do Congresso ha décadas – tem hoje a segunda maior bancada na Câmara –, o PMDB participou dos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integra a gestão de Dilma Rousseff (PT).

Marina tem dito que, eleita, vai governar com os "melhores de cada partido". Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Beto foi questionado se políticos de outras siglas desobedeceriam orientação partidária para votar em projetos de um eventual governo Marina.

– Ninguém governa sem o PMDB, mas não é preciso entregar o governo para o PMDB para ter governabilidade. Assim como não precisa entregar o governo ao PSDB se vamos ter quadros do PSDB governando. Ou seja, o governo tem um programa, esse é o nosso pilar de negociação, entendimento e escolha daqueles que terão funções – respondeu.

E completou:

– Por que eu, no governo, tenho de perguntar a Renan Calheiros quem devo indicar para ministérios ou para a Transpetro? Não que as indicações de partidos e lideranças sejam ruins, mas (o escolhido) tem de ter perfil.

Em diversas oportunidades, Campos condenou as alianças do PT com o PMDB. Em uma das visitas ao Maranhão, em julho, disse que Sarney seria oposição em um eventual governo seu e de Marina – fato que, segundo ele, não ocorreria em caso de vitória de Dilma ou de Aécio Neves (PSDB).

– Quem quiser prestar uma homenagem ao Sarney vota na Dilma. Quem quiser continuar com Sarney no governo pode votar também no Aécio. Todo mundo sabe que esse PMDB está com o pé em duas canoas. A única canoa em que ele não bota o pé é a nossa, porque a nossa canoa é da renovação política – afirmou, ressaltando ser o primeiro "em 50 anos" a se posicionar dessa forma.

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