- O Globo
A campanha do candidato do PSDB, Aécio Neves, vive momento de euforia contida, "muito pé no chão, muito focada ", na definição de um assessor próximo ao candidato . De volta ao jogo, com planos de atacar a candidata do PSB para recuperar o lugar no segundo turno, a avaliação é que , quando começou o fenômeno Marina, houve uma demora de duas semanas para ele parar de cair, que era a primeira providência para re verter o quadro. Esse intervalo deu margem a diversos boatos, todos indicando que Aécio poderia até desistir de concorrer.
Em seguida, era preciso diminuir a diferença para Marina, o que aconteceu agora, segundo a pesquisa Ibope divulgada na terça-feira. Na definição de um assessor, "o que a gente apostava que ia acontecer está acontecendo: diziam que íamos virar nanicos, e paramos de cair ; diziam que estávamos estagnados, e apostávamos que voltaríamos a crescer". Mais importante até do que os 4 pontos ganhos, na visão da campanha, é redução da distância que o separa da candidata do PSB. Duas semanas atrás, Aécio estava 18 pontos atrás da Marina, agora está 11, sem dúvida uma mudança de patamar.
Agora, todo o esforço será para continuar a reduzir essa diferença, com o objetivo de na próxima semana estar 7 ou 8 pontos atrás dela, na direção do empate técnico . Nas contas da campanha, uma diferença dessas de hoje significa na verdade 6 pontos, e mais uma redução de 2 ou 3 pontos já indicará o empate dos dois candidatos. Para tanto, pretendem continuar na mesma linha, denunciando a proximidade da Marina com o PT, "até por que ela está confirmando isso ". Quando ela chora e diz que sempre defendeu o Lula, e não esperava que fosse tratada dessa maneira, está confirmando essa proximidade, é o raciocínio dos marqueteiros e assessores que cuidam da campanha. Um dado considerado "precioso" na campanha de Aécio Neves é a redução da diferença entre ele e a presidente Dilma no segundo turno.
"Estávamos 15 pontos atrás da Dilma e estamos a 6 pontos. Esse é um dado que reforça a tese de que o Aécio tem condições de vencer a Dilma no segundo turno ". O voto no Aécio no primeiro turno passaria a ser o voto útil, o que também é importante, pois a campanha sabe que há eleitores do PSDB que estão votando na Marina porque consideram que ela é a única que pode derrotar o PT. Nem é verdade que a Marina vencerá a Dilma no segundo turno, nem é verdade que o Aécio não pode vencê-la , argumentam . O tempo escasso para a recuperação, de 16 dias, não preocupa a campanha de Aécio, porque acham que essa progressão não é aritmética.
"A eleição começa a ganhar a atenção das pessoas e a questão ética está entrando no radar do eleitor ". É preciso aproveitar esse movimento e seguir crescendo. Em Minas Gerais, Aécio Neves está crescendo bem, começa a recuperar a votação no Sul do país e precisa recuperar em São Paulo. O objetivo é recuperar o eleitor tucano que foi para Marina pensando que o Aécio não tinha mais chance de vencer . O eleitor conservador , antipetista , que sempre foi do PSDB. Nas pesquisas internas do PSDB há a identificação de uma perda de substância na votação de Marina. Neste momento, estaria saindo mais voto em Marina do que entrando.
O eleitor tem pouca permanência na escolha de Marina. A propaganda de Marina indignada, citando Dilma diretamente e quase chorando, não pegou bem entre os eleitores que participaram de uma pesquisa qualitativa realizada para o PSDB. Teve eleitor que achou exagerado , acima do tom , e quem fizesse o seguinte comentário: quero ter um presidente frágil, que chore? Quero cuidar da minha presidente ou quero que o presidente cuide de mim? Para manter o ânimo, será preciso que a próxima pesquisa do Datafolha, a ser divulgada na sexta-feira, confirme que a tendência de Aécio Neves é de crescimento.
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