• Tucano cobrou de Dilma a divulgação de um programa de governo
Silvia Amorim – O Globo
CURITIBA – O candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) associou nesta segunda-feira uma vitória dele na eleição a uma “libertação” do país. Ele esteve nesta tarde no Paraná e cobrou da presidente Dilma Rousseff (PT) a divulgação de um programa de governo para os próximos quatro anos.
— Exatos quinze dias nos separam da libertação. Da libertação de um governo que vem respeitando muito pouco a democracia e que, como eu disse em Pernambuco, não respeita seus adversários. Mas eu digo a eles, aqui do Paraná, preparem-se porque nós vamos vencer e colocar a decência e a eficiência de novo a comandar os destinos dos brasileiros — discursou Aécio durante encontro com lideranças políticas em Curitiba.
Antes do discurso, o candidato fez a Dilma uma cobrança que ouviu da então adversária Marina Silva diversas vezes no primeiro turno.
— Nós temos um projeto para o Brasil. Nosso programa foi divulgado. Agora sou eu quem digo: a candidata oficial sequer tem um programa de governo para apresentar ao Brasil. É um grande salto no escuro — afirmou o tucano, que apresentou pela internet seu programa de governo na última semana do primeiro turno.
Aécio deve se encontrar com Marina no início desta semana. Ainda é uma incógnita se o encontro será público. Nesta tarde, o presidenciável disse que “é possível que estejamos juntos essa semana”. Aécio estará nos próximos três dias em São Paulo, onde se prepara para os dois debates na TV previstos para amanhã e quinta-feira.
O tucano teve ontem nova conversa por telefone com Marina, após o anúncio em que ela manifestou apoio a ele. No sábado à noite, eles haviam tido uma conversa, também por telefone, quando a ex-senadora antecipou a ele o tom do anúncio que faria em São Paulo.
O candidato voltou a se queixar de “ataques” da campanha adversária.
— Vou apresentar propostas mas para cada ataque, vilania e calunia sobre nós, vamos responder com dez verdades sobre eles, como tem dito José Serra há vários anos.
Perguntado se vai governar com o PMDB, se eleito, Aécio disse que não havia pensado nisso ainda.
— Nem pensei nisso. A minha relação é com as forças políticas que estão no nosso entorno.
Nesta quinta-feira, o governador reeleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse, em entrevista ao portal Estadão, que não vê necessidade do PSDB excluir o PMDB de uma futura base de apoio porque "há bons políticos" na legenda.
O senador eleito José Serra (PSDB), ex-desafeto de Aécio, acompanhou toda a visita do mineiro a Curitiba. O candidato também teve ao seu lado Beto Richa e o senador Álvaro Dias (PSDB).
Em troca do apoio da população do Paraná, onde teve a sua maior vitória do país no primeiro turno, Aécio prometeu acabar com uma “discriminação política” do governo federal em relação ao estado governado pelo PSDB.
Do Paraná, Aécio segue para São Paulo, onde gravará programas para o horário eleitoral.
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