- Folha de S. Paulo
A Presidência da República resolveu inovar outra vez.
Os futuros titulares da Fazenda e do Planejamento serão anunciados nesta quinta-feira (27), mas ninguém sabe quando eles vão tomar posse.
Até que se defina essa data de troca, o país contará com uma nova categoria de ministério: a pasta de duas cabeças. É uma situação ímpar.
Enquanto Guido Mantega e Miriam Belchior continuarem em suas cadeiras, Joaquim Levy e Nelson Barbosa --os indicados para substituir os dois ministros petistas-- vão despachar ao lado da presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
Teremos uma equipe de transição dentro de um governo reeleito. A situação é inusitada, para dizer o mínimo. Mas é preciso reconhecer que falta de imaginação não é um problema para a turma palaciana.
A primeira vítima dessa confusão criada pelo governo federal foi o pacote de medidas que está sendo costurado para colocar as contas públicas no lugar a partir do ano que vem.
O anúncio, que também seria feito na quinta, está em suspenso. Levy, Barbosa e Alexandre Tombini, que continuará à frente do Banco Central, vão passar os próximos dias reconstruindo tudo aquilo que foi montado pela equipe de Mantega.
A situação do atual comandante da Fazenda merece um capítulo à parte dentro de toda essa novela.
O ministro foi rifado por Dilma ainda durante a campanha eleitoral. Mesmo assim, Mantega engoliu o orgulho e continuou sentado na cadeira mais dura da Esplanada.
A indicação de Levy como seu substituto foi outro duro golpe dado pela presidente no fiel aliado petista.
Agora, Mantega vai assistir de uma posição privilegiada, mas extremamente desconfortável, o desmonte de seu último pacote econômico.
O que sobra em figuras como Marta Suplicy falta, e muito, ao ministro que mais tempo ficou à frente da Fazenda. Por tudo que passou, Mantega merecia um fim mais digno.
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