Alberto Bombig - O Estado de S. Paulo
O vice-presidente da República, Michel Temer, expressou a aliados a insatisfação com as declarações da presidente Dilma Rousseff neste sábado, 5, no Recife. Segundo ele, a petista e seus auxiliares adotaram a estratégia de constrangê-lo publicamente, seja com pedidos públicos de apoio ou com insinuações em privado de que ele comanda uma “conspiração”.
No sábado, em um evento de governo, Dilma afirmou: “Espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Eu conheço o Temer como político, como pessoa, como grande constitucionalista”. Para o peemedebista, a presidente poderia ter evitado o comentário.
Um aliado de Temer afirmou que o comportamento de Dilma e dos petistas é justamente o contrário do que vem sendo adotado pelo peemedebista. Enquanto ele busca se afastar da presidente para deixá-la à vontade, ela insiste em chamá-lo para o jogo.
Na quinta-feira, Temer já havia trombado com o Palácio do Planalto por conta de uma afirmação do ministro Jaques Wagner (Casa Civil). O petista afirmara que Temer, como advogado, avaliava ser inconstitucional o processo de impeachment contra Dilma. O vice negou a afirmação.
Segundo peemedebistas próximos do vice, Temer insistirá na discrição como estratégia neste momento. “O silêncio do Michel vale mais do que mil palavras de qualquer aliado da Dilma”, explica um desses interlocutores do vice.
Em paralelo, o ministro demissionário Eliseo Padilha começará a trabalhar, a partir de hoje, na costura com a base dos partidos em busca de apoios para o impeachment. Moreira Franco, outro aliado de Temer, também terá papel importante na estratégia, porém, a missão dele será tratar com as cúpulas de todas as siglas. Eles levarão ao vice-presidente informações diárias sobre o andamento do processo.
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