sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Painel/ Folha de S. Paulo: Sem nova Previdência, eleição de 2018 ganhará ares de ‘vida ou morte’ para o mercado

O barato que sai caro Mensageiros do mercado financeiro endureceram o discurso para a base aliada sobre a nova Previdência. Disseram que Rodrigo Maia (DEM-RJ) só deve colocar a reforma em votação quando tiver certeza de que ela será aprovada. Uma derrota resultaria em um tranco na bolsa e no preço do dólar. Avisaram também que empurrar a mudança nas aposentadorias para o próximo governo vai conferir ares de “vida ou morte” à disputa de 2018, a mais imprevisível desde 1989.

Roleta russa Representantes de bancos e investidores avaliam que, aprovada, a nova Previdência dará uma sinalização segura de redução da dívida no médio prazo. Sem ela, haverá apreensão e nervosismo em torno da eleição, com o mercado sujeito a fortes oscilações.

Deserto Pesquisas de intenção de voto são citadas para reforçar o argumento. Lula, que é contra a reforma, e o deputado Jair Bolsonaro lideram. Há o alerta de que os investimentos vão secar até uma definição do resultado.

Para já O Planalto vai combater o discurso de que Michel Temer pode estimular o adiamento da votação. “Todo o esforço será feito para votar neste ano”, assegura Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). “Ainda mais agora que os estudos mostram o prejuízo geracional que isso vai causar.”

Carapuça A decisão da Justiça Federal de derrubar a propaganda do governo pela reforma reforçou o argumento de parlamentares que temiam votar a proposta e ampliar, às vésperas da eleição, a antipatia do Judiciário com os políticos. A reforma atinge o funcionalismo.

Você amanhã Deputados usaram o vídeo em que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) é hostilizado em um voo para dar eco à tese de que “a população não aguentaria mais porrada”. Rúbia Sagaz, a mulher que hostilizou o peemedebista, disse não ter vinculação com o PT, mas aparece em lista de filiados à sigla.

Devagar… Presidente da Câmara, Rodrigo Maia disse a integrantes do Judiciário que terá prudência na instalação da comissão especial que vai debater a restrição do foro privilegiado.

… que é de barro O colegiado, ele tem dito, não pode ser instrumento de conflito entre os Poderes.

Está para peixe Em análises recentes, o ex-presidente Lula tem dito que as dificuldades de Geraldo Alckmin (SP) em domar o PSDB e a incapacidade do centro de produzir uma candidatura alternativa favorecem sua eleição.

Pulem para dentro O discurso é feito por ele em pregações a aliados pela unidade da esquerda.

Canto da sereia O PT vai começar a discutir oficialmente a formação de alianças e o programa de governo ao Planalto a partir de 15 de dezembro. Dirigentes da sigla vão defender que Lula busque apoio, já no primeiro turno, entre os partidos da Frente em Defesa da Soberania Nacional: PC do B, PSOL, PDT e PSB.

Ninguém tasca Aliados do governador Alckmin têm dito que ele não aceitará interferências na tesouraria do partido. O nome será de sua confiança. A vaga deve ficar mesmo com Silvio Torres (PSDB-SP).

Ansiolítico O grupo mais alinhado ao governador paulista avalia que o prefeito João Doria está, novamente, colocando o carro na frente dos bois. Dizem que ele não deve esperar um gesto enfático de Alckmin em apoio à uma candidatura ao governo do Estado. O impedimento tem nome e sobrenome: José Serra.

Desafinado Um publicitário que analisa cenários eleitorais para grandes partidos definiu assim as chances de Henrique Meirelles na corrida presidencial de 2018: “Ele vai soar um tenor tentando cantar pagode”.

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