Em entrevista a uma rádio de Pernambuco, o ex-presidente disse que não pensa em fuga da País caso sua prisão fosse decretada
Gilberto Amendola e Anderson Bandeira /O Estado de S. Paulo
Em entrevista à Radiojornal de Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que 'a palavra fugir' não existe na vida dele ao ser questionado se cogitaria fugir do País caso sua prisão fosse decretada. Lula voltou a afirmar que será candidato à Presidência da República nas próximas eleições. O ex-presidente teve a condenação confirmada pelo TRF-4 no final de janeiro. Os desembargadores determinaram o início da prisão, de 12 anos e 1 mês em regime fechado, após esgotados os recursos na Corte.
"A palavra fugir não existe na minha vida. Sou cidadão brasileiro, tenho orgulho de ser brasileiro, escapei da fome até os 5 anos de idade, porque Nordestino que nasce na miséria tem pouca chance de sobreviver. Vou encarar qualquer situação de cabeça erguida", disse o ex-presidente.
Durante entrevista, o ex-presidente voltou a criticar integrantes do Ministério Público Federal (MPF) e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações em primeira instância da operação Lava Jato e a imprensa. Lula respondeu perguntas sobre o resultado do julgamento em segunda instância, que confirmou e ampliou a sua condenação, no último dia 24 de janeiro. "Eu imaginava que a segunda instância existia para corrigir os equívocos da Justiça. Eu fiquei pasmo quando vi na segunda instância, os juízes mais preocupados em salvar a cara da mentira contada na primeira instância do que estudar os autos do processo e me absolver."
Lula também citou a polêmica do auxílio moradia para os juízes federais para provocar Moro. "O povo brasileiro que não tem aumento de salário deve fazer como o juiz Sérgio Moro e requerer auxílio moradia." O juiz, que recebe o auxílio, declarou na última semana que o benefício seria uma maneira de compensar a falta de reajuste dos juízes federais. Sobre Moro, ele disse que o juiz é um "messiânico" e "quase um analfabeto político".
O ex-presidente também falou sobre a viuvez e se poderia casar novamente. "Não tem data marcada isso. É coisa que acontece ou não acontece. Se tiver que acontecer, vai acontecer. E aí meus filhos vão saber e o mundo vai saber. A Marisa me disse um dia: 'você sabe que quem fica viúvo é quem morre, quem está vivo não fica viúvo nunca'".
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