Ex-presidente afirma que seria importante 'arejar' e 'botar em perigo a política tradicional'
- O Globo
SÃO PAULO — O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou como positiva uma candidatura do apresentador Luciano Huck à Presidência da República para "arejar" e "botar em perigo a política tradicional". As declarações foram feitas nesta terça-feira em entrevista à rádio Jovem Pan.
— É bom ter gente como Luciano porque precisa arejar, botar em perigo a política tradicional, mesmo que seja do meu partido. É preciso que ela seja desafiada por pessoas portadoras de ideias e processos políticos novos para que o próprio partido possa avançar. Está havendo sinal nessa direção — afirmou o ex-presidente.
Fernando Henrique fez uma série de elogios a Huck, mas alertou que ele precisará de estrutura partidária para viabilizar uma eventual candidatura.
— Eu gosto do Huck. Sou amigo dele e da família. Acho que para o Brasil seria bom. Seria bom ter mais opções. Não quer dizer que esteja apoiando. Mas as pessoas que não tem partido para governar tem muita dificuldade. Ele tem boas intenções. Não sei por qual partido viria. Falam que pelo PPS. Mas o PPS não tem estrutura —disse o ex-presidente.
Questionado sobre a pré-candidatura do ex-presidente Lula, Fernando Henrique disse que seria melhor que o petista disputasse as eleições de outubro, embora tenha ponderado que "lei é lei". Para o ex-presidente, a ausência de Lula na corrida eleitoral seria uma "marca ruim" para a história, embora considere que há bastante elementos que ensejaram a condenação do petista.
— Idealmente, era melhor que ele (Lula) fosse candidato e não tivesse passado por esse processo. Não é bom para o País, mas vai fazer o quê? A lei é a lei — disparou.
Lula foi condenado na segunda instância no último dia 24 por corrupção e lavagem de dinheiro a 12 anos e um mês de prisão. Com isso, poderá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficar impedido de concorrer em outubro e está até passível de ser preso. Desde 2016, o Supremo Tribunal Federal passou a adotar o entendimento de que condenados em segunda instância podem ter a pena executada antes do trânsito em julgado. No entanto, petistas preparam uma série de recursos nas cortes superiores para tentar manter a candidatura e impedir a prisão.
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