- O Estado de S.Paulo
Não é só Fernando Henrique Cardoso que manifesta dúvida, entre as forças do chamado centro liberal, quanto à possibilidade de Geraldo Alckmin se viabilizar como candidato capaz de unificar partidos e apoios nesse campo. A hesitação manifestada pelo ex-presidente em entrevista veiculada ontem foi a tônica das conversas entre empresários, investidores, políticos e integrantes do governo federal que participaram ontem do primeiro dia da conferência internacional do BTG Pactual.
No encontro — que ontem teve Jair Bolsonaro como entrevistado e hoje ouvirá Rodrigo Maia no encerramento —, o nome de Luciano Huck era mencionado como opção viável e palatável ao mercado. A fala de FHC, simpática ao apresentador por ser uma possibilidade de “arejar" a política, foi vista como um sinal de tibieza de Alckmin.
A análise partilhada por governadores, banqueiros e economistas é a de que Alckmin precisa se mostrar, antes de tudo, capaz de unificar seu partido e, principalmente, São Paulo. Para isso precisa encaminhar sua sucessão de forma a não dispersar os partidos que poderiam integrar sua aliança.
De concreto, as conversas na conferência convergiram para a necessidade de as forças ali presentes se articularem de maneira mais ativa para construir essa candidatura de “corte liberal-reformista”, na definição de um dos participantes.
SÃO PAULO 1
Doria articula apoio do DEM a candidatura ao governo
Em campo para viabilizar sua candidatura ao governo de São Paulo, João Doria obteve ontem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sinal verde para uma aliança. O DEM não se empolga com a candidatura do vice-governador, Márcio França (PSB).
SÃO PAULO 2
Data das prévias é nova queda de braço tucana
No xadrez da sucessão paulista, a data das prévias para a escolha do candidato tucano é fator-chave: Alckmin trabalha para que ocorra depois do prazo final de desincompatibilização, o que desencorajaria Doria a renunciar ao cargo sem garantias.
NA ATIVA
FHC lança livro sobre crise política no Brasil e no mundo
Antes do quarto volume de seus Diários da Presidência, FHC lança em abril, também pela Companhia das Letras, um livro sobre a crise da democracia no Brasil e no mundo. Crise e Reinvenção da Política é em coautoria com o cientista político Sérgio Fausto e o diplomata Miguel Darcy de Oliveira, que assessoram o tucano em sua fundação. “O livro não se limita a um diagnóstico, mas defende certos valores e tenta apontar caminhos”, diz Fausto.
PÓS-LAVA JATO
Clube tenta ‘descriminalizar' papel do marketing político
Alguns dos principais nomes do marketing político que sobreviveram à Lava Jato se reuniram em São Paulo no fim de semana para fundar o Camp, um clube que pretende ser a voz dos profissionais de campanhas. “Queremos mostrar quem somos, onde vivemos e do que nos alimentamos”, brinca um dos fundadores, aludindo ao estigma que pesa sobre a classe depois de fatos como a prisão de João Santana e Monica Moura.
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