- Folha de S. Paulo
Precisamos de serenidade para encontrarmos juntos o candidato que melhor poderá nos representar
As prévias marcadas para 4 de março, que definirão o candidato do PSDB à sucessão presidencial deste ano, podem ser uma oportunidade para que o partido se reencontre com seus princípios e nos aponte um caminho para tirar o Brasil definitivamente da crise econômica e ética na qual se encontra.
Longe de dividir, confrontar ou nos colocar em lados opostos, essas prévias devem mostrar nosso potencial para mudar o que não está bom, como já demonstramos que sabemos fazer em outros momentos.
É certo que enfrentamos dias difíceis ao longo de 2017. Por muito pouco não sucumbimos ao racha que enredou o país na era petista. Foi preciso serenidade para colocar o partido de volta nos trilhos.
O resultado disso foi a eleição consensual do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à presidência nacional do PSDB. Mais uma vez precisamos dessa serenidade para encontrarmos juntos o candidato que melhor poderá nos representar na eleição presidencial de outubro.
Debater, em vez de discutir. Propor, em vez de impor. Uma disputa interna não pode ser desculpa para voltarmos a nos atacar. Pelo contrário, exige respeito ao adversário e mostra que democracia é algo que se aprende em casa.
Perto de comemorarmos os 20 anos de criação do PSDB-Mulher, podemos dizer que conquistamos nosso espaço, dentro e fora do partido. Aliás, minha meta como presidente nacional do PSDB-Mulher é intensificar esse processo.
Nas últimas eleições municipais ajudamos o PSDB a se consagrar como a legenda que mais cresceu. Fomos responsáveis pela eleição de pelo menos 10% das prefeituras de médio porte conquistadas pelo partido em 2016. Elegemos 80 prefeitas e 706 vereadoras.
Celebramos a ousadia que levou a minha colega Mariana Carvalho (PSDB-RO) a ser a primeira mulher tucana a conquistar uma vaga na Mesa Diretora da Câmara, como segunda secretária da casa.
Nossa capacidade de luta e preparo fez com que a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) fosse indicada em novembro do ano passado para ser representante da América Latina no Comitê sobre os Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência da ONU.
Nosso esforço e potencial de trabalho acabaram reconhecidos no ano passado pela Fundação Konrad Adenauer, que, junto com o Instituto Teotônio Vilela (ITV), investiu na capacitação de nossas prefeitas, vice-prefeitas e vereadoras eleitas em 2016.
Queremos mais! Estamos engajadas na luta pela equiparação salarial de homens e mulheres. Exigimos uma política nacional de creches que nos permita ter tranquilidade para ocuparmos nosso lugar no mercado de trabalho enquanto nossos filhos são bem cuidados.
E precisamos dar um basta no assédio às mulheres seja no ambiente de trabalho, nas ruas ou mesmo dentro de casa.
Esses sim são temas que gostaríamos de ver discutidos pelos dois pré-candidatos tucanos que se apresentaram para disputar a sucessão presidencial deste ano: o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e o governador Geraldo Alckmin.
Não costumamos nos omitir diante de temas polêmicos, mas nossa prioridade neste momento é construir consensos e assegurar a unidade do partido na busca de soluções para o país.
Eventuais divergências internas não devem se sobrepor ao interesse maior do partido e do Brasil.
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Yeda Crusius, deputada federal (PSDB-RS) e ex-governadora do Rio Grande do Sul, é presidente nacional do PSDB-Mulher
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