Governantes
bons ou entram e saem com as eleições, mas um presidente que age como insano é
a primeira vez
Desculpem
voltar ao tema, mas não dá para segurar. O cara queria revogar a lei da oferta
e da procura! Achava que os laboratórios de vacina disputariam a tapa o mercado
brasileiro. Pagou mais caro e ficou no fim da fila de entregas. Exige da
Petrobras a previsibilidade do dólar e do preço do barril de petróleo, que nem
Mãe Diná garante. Mesmo sabendo que seria uma bomba no mercado, fez a estatal
perder 100 bilhões de reais de seu valor, ao colocar na presidência mais um
general, que entende tanto de petróleo quanto Pazuello de saúde. Feliz de quem
soube antes e vendeu na alta e recomprou na baixa.
O homem disse, sem rir, que sempre tratou a imprensa “com cortesia e lealdade”, só queria dar um soco na cara do repórter que perguntou sobre os 89 mil do Queiroz na conta de Michele. Por ele, fecharia os jornais. E o tal do “mercado” também. Ele ameaça mais o capitalismo do que um governo de esquerda. Deu mais prejuízo à Petrobras que todas as ladroeiras da era Lula/Dilma.
O
capetão (será erro de digitação, ato falho, piada ou justiça poética?) confia
no respeito dos militares pela hierarquia: o chefe manda e eles obedecem.
Talvez por isso tenha tantos militares submissos no governo executando suas
ordens absurdas. Deve imaginar que, se sofrer um impeachment, os militares o
apoiarão em um golpe “em defesa da liberdade”. A deles, é claro.
Suplicamos
a nossos irmãos evangélicos que submetam o capetão a um urgente descarrego,
expulsem seus demônios, lavem sua alma de entidades malignas, iluminem seu
espírito e avisem a ele que Jesus está vendo. O homem está carregado. Só isso
pode explicar as barbaridades que ele diz, desdiz, mente, trapaceia, sempre com
efeitos desastrosos na diplomacia, na economia e na democracia.
Quanto
mais gente morre, quanto mais atrasam as vacinas, quanto mais a economia piora,
mais cresce a rejeição a Bolsonaro. Cresceria em qualquer governo, contra os
números não há argumentos nem fake news que convençam. Todo mundo sente na pele
os efeitos de suas mentiras e suas bravatas irresponsáveis, como os americanos
sentiram com Trump e o levaram à derrota.
Com
o fim ou a diminuição do auxílio emergencial, ou o estouro do teto fiscal, Bolsonaro
tende a ser o que seus fanáticos o chamam: um mito, apenas um mito, como o saci
ou a mula sem cabeça, cultuado por seus devotos e rejeitado pela maioria da
população.
Governantes
bons ou maus entram e saem com as eleições, mas um presidente que age como
insano é a primeira vez. Ou segunda, depois de Jânio Quadros, que além de
amalucado era golpista e bebum e deu incalculáveis prejuízos ao Brasil.
O
monarca inglês George III (1738-1820) enlouqueceu, perdeu o juízo, e nos seus
surtos saía nu pelos jardins do palácio, falava barbaridades e jogava fezes em
seus ministros. O rei foi afastado, mas antes provocou muitos estragos à
Inglaterra. Doença mental é assunto sério, não é vergonha para ninguém.
Jair Bolsonaro não precisa ser odiado ou adorado, combatido ou apoiado, precisa ser estudado.
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